segunda-feira, 26 de março de 2012

A fé como sintoma

Não existe nada mais libertário do que a fé genuína em Deus. Jesus mesmo disse: "Se pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." (João 8:36). Mas e quando a fé se configura como sintoma?

A concepção psicanálise do sintoma não está restrita a uma disfunção orgânica. O sintoma é a formação de compromisso entre desejo inconsciente e a repressão imposta pelo Super Eu, que é o representante da lei. É um fruto desta briga de cachorro grande e aparece como mediador entre as exigências de satisfação, vindas do inconsciente, e a repressão, vinda do super eu.

Quem nesta vida não gostaria de viver totalmente livre dos problemas e dos sofrimentos? Isso seria uma maravilha, seria viver o céu na terra. Mas Jesus não prometeu isso (João 16:33).

Mas existem certos pregadores e igrejas que apresenta a fé de uma maneira errada e anti-bíblica, que apresenta a fé como fosse vendida um remédio que elimina qualquer tipo de dor. Exemplo: Jesus vai resolver todos o seus problemas, com Jesus você não vai mais sofrer, com Jesus só vitória e etc...

A fé bíblica e genuína como diz o Pastor e Psicólogo Ailton Desidério "uma plataforma de lançamento e foguetes. O que significa que ela lança o crente em direção a solução do problema." Já a fé como sintoma aprisiona em conjunto de regras, legalismo religioso e outras coisas.
Você já reparou que tem pessoas que vivem mau humorado, infeliz e insatisfeito com a sua vida?
Isto é prova de uma fé aprisionada em uma falsa religiosidade, isto é muito triste.

Freud certa vez falou que a religião é manifestação de uma neurose obsessiva universal. Max por sua vez disse que a religião é o ópio do povo.
Estes homens falaram do conhecimento teórico da fé, que não é bíblica, mas eles falaram o que vivenciaram em suas épocas, e que ainda acontece nos dias de hoje.

A fé como sintoma elimina toda e qualquer sentido da realidade a vida.
A fé bíblica não elimina a realidade da vida, pelo contrário, ela aproxima a pessoa para realidade da vida, um ponto que podemos destacar é relacionamento com pessoas. Jesus fez muito isto, relacionava com pessoas de diferentes classes sociais, até mesmo pessoas que era considerado inconcebível de relacionamento, Jesus conversou (João 4).
A fé bíblica se abre para os relacionamentos com pessoas. A igreja é um lugar de relacionamentos de pessoas (1 Coríntio 12:12).

Um fato muito interessante é sobre o relacionamento de Freud, um ateu confesso e de Pfister, um pastor protestante. (Livro "Cartas de Freud a Pfister", editora Ultimato).
A fé pode e deve dialogar com a ciência.

Alguém reconhecer que alguém tem a fé como sintoma não é em si ruim. Isto mostra um sinal de avanço de sabedoria e humildade, e que esta pessoa que tem esta fé pode superar através da fé bíblica. (Hebreus 11:1).

Se você tem a verdadeira fé, então use ela, para viver uma fé cristã saudável.