quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Gnosticismo

O gnosticismo (do grego (gnostikismós); de (gnosis): 'conhecimento') é um conjunto de correntes filosófico-religiosas sincréticas que chegaram a mimetizar-se com o cristianismo nos primeiros séculos de nossa era, vindo a ser declarado como um pensamento herético após uma etapa em que conheceu prestígio entre os intelectuais cristãos. De fato, pode falar-se em um gnosticismo pagão e em um gnosticismo cristão, ainda que o pensamento gnóstico mais significativo tenha sido alcançado como uma vertente heterodoxa do cristianismo primitivo.Alguns autores fazem uma distinção entre "Gnosis" e "gnosticismo". A gnose é, sem dúvida, uma experiência baseada não em conceitos e preceitos, mas na sensibilidade do coração. Gnosticismo, por outro lado, é a visão de mundo baseada na experiência de Gnose, que tem por origem etimológica o termo grego gnosis, que significa "conhecimento". Mas não um conhecimento racional, científico, filosófico, teórico e empírico (a "episteme" dos gregos), mas de caráter intuitivo e transcendental; Sabedoria. É usada para designar um conhecimento profundo e superior do mundo e do homem, que dá sentido à vida humana, que a torna plena de significado porque permite o encontro do homem com sua essência eterna, centelha divina, maravilhosa e crística, pela via do coração. É uma realidade vivente sempre ativa, que apenas é compreendida quando experimentada e vivenciada. Assim sendo jamais pode ser assimilada de forma abstrata, intelectual e discursiva.O movimento originou-se provavelmente na Ásia Menor, difundindo-se da região do Irã à Gália, exercendo a sua maior influência sobre o cristianismo entre os anos de 135 e 200. Tem como base elementos das filosofias pagãs que floresciam na Babilônia, Antigo Egito, Síria e Grécia Antiga, combinando elementos da Astrologia e mistérios das religiões gregas como os do Elêusis, do Zoroastrismo, do Hermetismo, do Sufismo, do Judaísmo e do Cristianismo.Num texto hermético lê-se que a gnosis da Mente é a "visão das coisas divinas". Este é o grande objetivo, conhecer "Deus", a Reali¬dade em nós. Não é a crença, a fé ou o simples conhecimento o que importa. O fundamental é a comunhão interior, o religar da Mente individual com a Mente universal, a capacidade do homem "transcender os limites da dualidade que faz dele homem e tornar-se uma consciência divina".A posse da Gnosis significa a habilidade para receber e compreender a revelação. O verdadeiro Gnóstico é aquele que conhece a revelação interior ou oculta desvelada e que também compreende a revelação exterior ou pública velada. Ele não é alguém que descobriu a verdade a seu respeito por meio de sua própria desamparada reflexão, mas alguém para quem as manifestações do mundo interior são mostradas e tornaram-se inteligíveis. O início da Perfeição é a Gnosis do Homem, porém a Gnosis de Deus é a Perfeição aperfeiçoada. "Aperfeiçoamento" é um termo técnico para o desenvolvimento na Gnosis, sendo o Gnóstico realizado conhecido como o "perfeito", "parfait".A entrada na senda da Gnosis é chamada 'voltar para casa'. Como vimos, é um retorno, um virar as costas ao mundo, um arrependimento de toda natureza: "Devemos nos voltar para o velho, velho caminho"."Somente o batismo não liberta mas sim, a gnosis, o conhecimento interior de quem somos, o que nos tornamos, onde estamos, para onde vamos. O que é nascimento, o que é renascimento". "Gnosis sobre quem éramos e no que nos tornamos; onde estávamos e onde viemos parar; para onde nos dirigimos e onde somos redimidos; o que é a geração, e o que é a regeneração". (Extratos de Theodotus)
Ingressar na Gnosis é um despertar do sono e da ignorância de Deus, da embriaguez do mundo para a temperança virtuosa. "Pois o mal [ilusão] do não conhecimento está inundando toda a terra e trazendo total ruína à alma aprisionada dentro do corpo, impedindo-a de navegar para os portos da salvação." pré-requisito essencial da filosofia gnóstica é o postulado da existência de uma "entidade imortal", que não é parte deste mundo, que pode ser chamado de Deus interno, Centelha divina, Crístico, divina essência etc, que existe em todos os homens e é a sua única parte imortal. Os gnósticos consideram que o estado do homem neste mundo é "anti-natural", pois ele está submetido a todo tipo de sofrimentos. Para eles, é necessário que o homem se liberte deste sofrimento, e isto só pode ocorrer pelo conhecimento.Os gnósticos, de um modo geral, acreditam que o Universo manifestado principia com emanações do Absoluto, seres finitos chamados de Æons que se reúnem no Pleroma. No princípio tudo era Uno com o Absoluto, então em um determinado momento, emanaram do Absoluto estes æons (éons), formando o pleroma. O pleroma dos gnósticos é um plano arquetípico, abaixo do qual está o plano material, manifestado. Assim, o que antes era Uno e vivia no pleroma, se despedaça em partes. Este estado de infelicidade, pela descida no pleroma (e separação do Todo Uno), é o que ocasiona o sofrimento do homem neste mundo.Um dos éons (Sophia) deu à luz o Demiurgo (artesão em grego), que criou o mundo material "mau", juntamente com todos os elementos orgânicos e inorgânicos que o constituem. Os gnósticos ensinavam que a salvação vem por meio de um desses éons, geralmente apresentado como o décimo terceiro éon (identificado com o Cristo), distinto dos doze éons que regem o mundo decaído.Segundo a doutrina, Cristo se esgueirou através dos poderes das trevas para transmitir o conhecimento secreto (gnosis) e libertar os espíritos da luz, cativos no mundo material terreno, para conduzi-los ao mundo espiritual mais elevado. Segundo algumas linhas gnósticas, Cristo não veio em carne e nunca assumiu um corpo físico, nem foi sujeito à fraqueza e às emoções humanas, embora parecesse ser um homem, enquanto a principal linha de gnosticismo cristão, a Valentiniana defende a tese próxima do nestorianismo doutrina cristã, nascida no Século V, segundo a qual há em Jesus Cristo duas pessoas distintas, uma humana e outra divina, sendo Cristos (o ungido) o éon celestial que a um tempo se une a Jesus. Alguns historiadores afirmam que o apóstolo João se refere a esse assunto quando enfatiza que "o Verbo se fez carne" (Jo l .14) e em sua primeira epístola que "todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus..." (l Jo 4.3). Os escritos joaninos são do final do primeiro século, quando nasceu o gnosticismo. No entanto, muitas comunidades gnósticas tinham o Evangelho de João em alta conta.Normalmente, os sistemas gnósticos são vagamente descritos como sendo "dualistas" em natureza, o que significa que tem a visão do mundo constituído ou explicável como duas entidades fundamentais. Hans Jonas escreve: "A característica central do pensamento gnóstico é o radical dualismo que rege a relação de Deus e o mundo e, correspondentemente, do homem e o mundo. " Dentro desta definição, que funcionam a gama do dualismo radical dos sistemas de maniqueísmo, do dualismo mitigado de alguns movimentos gnósticos; a evolução Valentiniana indiscutivelmente aborda uma forma de monismo, expresso em termos anteriormente utilizados de forma dualista.O dualismo radical - ou dualismo absoluto que postula duas forças divinas co-iguais.O Maniqueísmo concebe dois reinos anteriormente coexistente da luz e da escuridão que se envolveu em conflito, devido à caótica ações deste último. Posteriormente, alguns elementos da luz tornaram-se aprisionados dentro da escuridão, o propósito da criação material é para decretar o lento processo de extração destes elementos individuais, a fim de que o reino de luz prevalece sobre as trevas. Esta mitologia dualista do zoroastrismo , no qual o espírito eterno Ahura Mazda é a oposição de sua antítese, Angra Mainyu , os dois estão envolvidos em uma luta cósmica, a conclusão de que será ver Ahura Mazda triunfante.A criação no mito Mandeano, emanações progressivas do Supremo Ser de Luz, com cada emanação provocando uma corrupção progressiva que resulta no aparecimento eventual de Ptahil, o deus das trevas, que teve uma mão na criação de regras e passam a constituir o reino material. Além disso, o pensamento gnóstico geral, comumente incluíam a crença de que o mundo material corresponde a algum tipo de intoxicação provocada pelo mal os poderes das trevas para manter elementos da luz aprisionada dentro dele, ou, literalmente, para mantê-los no escuro ", ou ignorantes, em um estado de distração bêbado.Dualismo mitigado - quando um dos dois princípios é, de alguma forma inferiores aos outros. Tais movimentos gnósticos clássicos como o Sethiniano concebeu o mundo material como sendo criado por uma divindade menor do que o verdadeiro Deus, que era o objeto de sua devoção. O mundo espiritual é concebido como sendo radicalmente diferente do mundo material, co-extensivo com o Deus verdadeiro, é a verdadeira casa de alguns membros iluminados da humanidade, portanto, estes sistemas foram expressivos de um sentimento agudo de alienação do mundo, e seu objetivo era permitir um resultado da alma, para escapar das limitações apresentadas pelo reino físico.Monismo Qualificado - Elementos das versões do mito gnóstico Valentiniano sugerem para alguns que a sua compreensão do universo podem ter sido monista. Elaine Pagels afirma que " gnosticismo Valentiniano difere essencialmente do dualismo, enquanto, de acordo com SCHOEDEL "um elemento básico na interpretação dos Valentinianos é o reconhecimento de que elas são fundamentalmente monistas. Nesses mitos, a malevolência do demiurgo é mitigada; sua criação de uma materialidade falha não é devido a qualquer falha moral da sua parte, mas devido a sua imperfeição em contraste com as entidades superiores de que ele desconhece.Como tal, os Valentinianos já tem menos motivos para tratar com desprezo a realidade física do que um gnóstico SethinianoPara que o homem possa se libertar dos sofrimentos deste mundo, segundo os gnósticos, ele deve retornar ao Todo Uno, por ascensão ao pleroma, e isto só pode ser alcançado pelo Conhecimento Verdadeiro (representado pela Gnose). Este despertar só pode ocorrer se o homem se descobre, "conhecendo-se a si próprio".Para o Gnosticismo existem três níveis de realização. No nível mais elevado estão aqueles que eram chamados eleitos, ainda que sem um sentido elitista de exclusão. Entre os gnósticos, eles eram conhecidos como pneumáticos, que significa espirituais.O grupo seguinte, os intermediários, são os psíquicos ou religiosos. E, finalmente, os homens comuns, os muitos, na linguagem de Jesus, eram chamados pelos gnósticos, de ílicos ou materiais, pois aqueles que só estão voltados para os prazeres da vida material imediata, sem nenhum interesse pelo objetivo último da vida. Os textos gnósticos também tratam estes níveis como descendentes de Seth, Abel e Caim.Assim, o ensinamento do Mestre Jesus, o Cristo - Aeon da Salvação, foi estruturado para atender as necessidades desses três grupos de pessoas.Para os homens intermediários, que os gnósticos chamavam de religiosos, eram ensinamentos mais abrangentes sobre a vida e a prática espiritual, sendo esses ensinamentos encontrados nas escrituras cristãs. E é interessante lembrar que esse grupo intermediário, eram aqueles que nesta vida, em função de suas decisões, determinações e postura de vida poderiam cair no grupo dos muitos, os materialistas, ou então, elevarem-se e entrar no grupo dos eleitos, daqueles que poderiam vir a ser salvos ou libertos.E, finalmente, para o grupo dos assim chamados espirituais, os poucos, a tradição oferece ensinamentos sobre o caminho acelerado. O caminho acelerado, com suas naturais exigências de purificação e dedicação, só está aberto a poucos."As Escrituras Sagradas têm um sentido que é aparente à primeira vista, e um outro que a maioria dos homens não percebe.Porque são escritas em forma de certos Mistérios, e à imagem de coisas divinas. A respeito do que há uma opinião em toda a Igreja, que toda a Lei em verdade é espiritual, porém que o sentido espiritual da Lei não é conhecido a todos, mas apenas aqueles que receberam a graça do Espírito Santo na palavra de sabedoria e conhecimento". Assim, os primeiros cristãos sabiam que dois tipos de pessoas se achegariam ao cristianismo, um tipo sem o toque pneumático, e, portanto, incapaz de aproximar-se da salvação pelo conhecimento e pela sabedoria dos Mistérios, mas possuindo apenas capacidade de assimilar pela fé o lado superficial da Lei; o outro tipo, tocado pelo dom pneumático, pela centelha-espírito, que possuiria plena capacidade de assimilar os conhecimentos e a sabedoria dos Mistérios divinos e descer ao nível profundo e espiritual da Lei, podendo gozar de completa iluminação e redenção." Orígenes " De Principiis"Nos séculos I e II o gnosticismo produziu manifestações dentro da cristandade, sobretudo no Egito, onde se destacaram líderes como Carpócrates, Basílides, Isidoro e Valentim, este último fundador de uma importante escola em Roma.Os Cristãos Gnósticos constituíram, nos primeiros anos dessa nossa era, uma comunidade fechada, iniciática, que guardou os aspectos esotéricos dos evangelhos, principalmente das parábolas do Mestre Jesus, o Cristo, apresentando um cristianismo muito mais profundo e filosófico do que daqueles cristãos que ficaram conhecidos como a ortodoxia. Dentre os grupos mais ativos nos dois primeiros séculos de nossa era destacam-se os naasenos (palavra em aramaico com o mesmo significado de ofitas, de origem grega), perates, sethianos (de orientação judaica) docéticos (que propunham que a natureza exterior do Cristo era ilusória), carpocráticos, basilidianos e valentinianos. Com o passar do tempo, os herdeiros da tradição gnóstica e maniqueísta foram mudando de nome, podemos indicar o aparecimento dos seguintes grupos: entre os séculos III e IX: Euchites, Magistri Comacini, Artífices Dionisianos, Nestorianos e Eutychianos; no século X: Paulicianos e Bogomilos; no século XI: Cátharos, Patarini, Cavaleiros de Rodes, Cavaleiros de Malta, Místicos Escolásticos; no século XII: Albigenses, Cavaleiros Templários, Hermetistas; no século XIII: a Fraternidade dos Winklers, os Beghards e Beguinen, os Irmãos do Livre Espírito, os Lollards e os Trovadores; no século XIV: os Hesychastas, os Amigos de Deus, os Rosa-cruzes e os Fraticelli; no século XV: os Fraters Lucis, a Academia Platônica, a Sociedade Alquímica, a Sociedade da Trolha e os Irmãos da Boêmia (Unitas Fratrum); no século XVI: a Ordem de Cristo (derivada dos Templários), os Filósofos do Fogo, a Militia Crucífera Evangélica e os Ministérios dos Mestres Herméticos; no século XVII: os Irmãos Asiáticos (Irmãos Iniciados de São João Evangelista da Ásia), a Academia di Secreti e os Quietistas; no século XVIII: os Martinistas; no século XIX: a Sociedade Teosófica.Os Paulicianos formavam um grupo gnóstico ativo no Império Romano. Se declaravam contra todas hierarquias que exerciam seu poder para combater a iluminação interior. Até o século XI, os paulicianos foram mortos pela igreja romana, assim como o Maniqueísmo antes deles. Mas o gnosticismo sobreviveu, sua luz e força continuaram a irradiar com os bogomilos...A herança Gnóstica dos séculos XII e XIII, foram transmitidas aos Cátaros, que também foram perseguidos e mortos pela igreja romana. Na Idade Média, o gnosticismo manifestou-se na Ordem dos Templários, foi revivificada pela Rosa-cruz ,pelas mãos de Johannes Valentinus Andreae, mantiveram ligações com a Maçonaria,com a Teosofia e com o Martinismo. Todos testemunhando o Cristianismo Interior, descrevendo o caminho de retorno a Deus, que foi aberto pelo seu filho, Mestre Jesus, o Cristo. Pouco material chegou até os dias de hoje, a maioria dos personagens e suas doutrinas só puderam ser conhecidos por meio dos críticos do gnosticismo. A maior polêmica contra os gnósticos apareceu no período patrístico, com os escritos apologéticos de Irineu(130-200), Tertuliano (160-225) e Hipólito (170-236).Por isso a descoberta da Biblioteca de Nag Hammadi,em 1945, foi de suma importância, visto que seu conteúdo é eminentemente gnóstico. O achado impulsionou as pesquisas sobre o assunto na segunda metade do século XX. Estes manuscritos totalizavam cinquenta e dois textos, em treze códices de papiro, escritos em copta. Entre as obras aí guardadas encontravam-se diversos tratados gnósticos, três obras pertencentes ao Corpus Hermeticum e uma tradução parcial da República de Platão. Parte deles conhecidos também como Evangelhos gnósticosOs Manuscritos Pistis Sophia,"Piste Sophiea Cotice" ou "Códice Askew", atribuidos a Valentim foi adquirido do médico e colecionador de manuscritos antigos Dr. Askew pelo Museu Britânico em 1795 , datam de 250–300 AD, relatam os ensinamentos Gnósticos do Mestre Jesus, o Cristo transfigurado aos apóstolos. Até a descoberta da biblioteca de Nag Hammadi em 1945, o Códice Askew era um dos três códices que continha quase todos os escritos gnósticos que tinham sobrevivido, sendo os dois outros códices o Códice Bruce e o Códice de Berlim.Mais recentemente um outro documento gnóstico foi encontrado, gerando diferentes especulações sobre o verdadeiro relacionamento de Jesus Cristo com o seu discípulo Judas, este documento é o Evangelho de Judas que estava desaparecido por mais de 1700 anos, tendo sido encontrado finalmente no Egito.

O Batismo de João

A fim de preparar o povo para o Reino Vindouro, João os conclamava ao arrependimento e a que submetessem ao batismo nas águas. O arrependimento (metanoia) é um conceito contido no Antigo Testamento e significado para Deus. Deus conclamou o povo apostáta de Israel: “Convertei – vos, e deixai os vossos ídolos, e desviai o vosso rosto de todas as vossas abominações” (Ez 14:6; 18:30, Is 55: 6,7). A idéia da conversão é expressa pela frase de voltar ou retornar ao Senhor (Is 19:22; 55:7; Ez 33:11; Os 14:1; Jl 2:13). A palavra “conversão” expressa melhor a idéia do que a palavra arrependimento.
A palavra “arrependimento” sugere basicamente tristeza pelo pecado; metanoia sugere uma mudança de pensamento; a concepção hebraica implica em dar uma volta completa em torno de todo seu corpo e voltar – se para Deus.
A literatura apocalíptica deu pouca ênfase a conversão. Israel foi considerado o povo de Deus porque, entre todas as nações, foi o único a receber a lei ( 4Ez [=2 Ed] 7:20,23) e deu – lhe a Lei para permitir que o povo fosse salvo (Apocalipse de Baruque 48:21 – 24). Quando Deus implantar seu Reino, o povo de Israel será congregado para desfrutar a salvação messiânica (Salmos de Salomão 17:50). O problema enforcado pelos escritores apocalíptico era que o povo de Deus fora obediente à Lei, mas ainda sofria de males perversos.
Nos escritos rabínicos, há uma contradição aparente no que tange ao arrependimento. Por um lado, os filhos de Abraão criam que a fidelidade de Abraão proveu um tesouro meritório que estava disponível a todos os judeus. Por outro lado, os rabinos atribuíram grande valor ao arrependimento – tanto que o arrependimento é chamado de a doutrina judaica da salvação. A razão dessa ênfase é que o arrependimento é compreendido à luz dos preceitos da Lei. O ponto de vista prevalecente da tûbah (arrependimento) é legal. A conversão poderia ser repetida quando alguém quebrasse os mandamentos e posteriormente voltasse a obedecer a Lei. A idéia de arrependimento é também enfatizada na literatura de Qumran, na qual os sectários se denominavam “os convertidos de Israel” (CD 6:5; 8:16) e enfatizavam a pureza cerimonial e a conversão interior. “Não seja permitido (aos ímpios) entrar na água para tocar na purificação dos santos, pois o homem não pode ser considerado puro, a menos que esteja convertido de sua malicia, transgride a Sua palavra” (1Qs 5:13,14).
Os sectários praticavam atos de purificação corporal, que eram repetidos diariamente, visando alcançar a pureza cerimonial. Mas essas águas de purificação tinham significado somente quando havia uma retidão moral correspondente (1QS 3:4 – 9). Entretanto, o contexto todo da conversão como interpretada pelos membros da comunidade de Qumram, significava uma separação que o grupo sectário fazia da Lei. Seu ponto de vista foi resumido por uma “compreensão legalista [isto é, numismal] da conversão”, quando o individuo “volta – se do pecado e separa – se radicalmente dos pecadores, para observar a Lei em sua forma mais pura”. O batismo de João rejeitou todas as idéias de uma justiça legalista ou nacionalista e exigiu um retorno moral e religioso a Deus. Ele se recusou a assumir como fato consumado a existência de um povo justo. Somente aqueles que se arrependessem que manifestassem esse arrependimento por meio de uma mudança de conduta, escapariam do julgamento iminente. Seria inútil considerar a descendência de Abraão como um fundamento que pudesse garantir a participação na salvação messiânica. As arvores infrutíferas seriam cortadas e queimadas, muito embora fossem, de acordo com a crença que havia em seus dias, a plantação do Senhor.
A base da salvação messiânica certamente, ético – religiosa e não nacionalista. Utilizando uma linguagem dura, João advertia os lideres religioso de Israel (MT 3:7) para que fugissem da ira rindora como as víboras fogem do fogo. Esta expressão também é um exemplo de linguagem escatológica no Antigo Testamento. O pensamento judaico contemporâneo a João aguardava uma visitação da ira de Deus, mas esta recairia sobre os gentios. João, no entanto, direcionava essa iria aos judeus da que não se arrependessem. Lucas nos fornece algumas ilustrações da mundança que João e3xigia. Aqueles que tivessem abundancia de posses, deveriam ajudar aqueles que estivessem em necessidades. Os coletores de impostos, em lugar de explorar o povo, deveriam coletar simplesmente o que era devido. Essa exigência iria “coloca – los em conflito com as estruturas econômicas e sociais de que faziam parte”. Os soldados foram advertidos a se satisfazerem com seus salários e a não se enganfarem em pilhagem e ações semelhantes.
Uma questão difícil surge quanto a relação precisa entre o batismo de João e o perdão dos pecados. Muitos estudiosos encontram nesse batismo “um significado sacramental de purificação que efetua tanto a remissão de pecados... quanto a conversão” Marcos (1;4) e Luca (3:3) falam de um batismo de arrependimento para (eis) o perdão dos pecados. Lucas 3:3 mostra que o arrependimento para (eis) o perdão dos pecados é uma frase composta e que certamente, devemos entender toda a frase em Lucas 3:3 como uma descrição do batismo, com a preposição (eis) dependente apenas do arrependimento. Não é um ato formal chamado batismo de arrependimento que resulta no perdão dos pecados, mas o batismo de arrependimento que resulta no perdão dos pecados, mas o batismo de João e a expressão do arrependimento que tem como resultado o perdão dos pecados.
Quanto à origem do batismo de João, os estudioso estão em desacordo quanto à origem do batismo de João. Alguns como Robison, Brown, Scobie pensam que João adaptou as purificações dos membros da comunidade de Qumran para seu batismo de arrependimento. Scobie coloca bastante ênfase em um passagem do Manual de Disciplina (1QS 2: 25 – 3:12), em que encontra indícios de uma ablução de iniciação (batismo). Entretanto, não fica totalmente claro que a comunidade de Qumran tivesse um batismo de iniciação diferentes das demais. O contexto dessa passagem sugere as abluções cerimônias diárias realizadas por aqueles que já pertenciam à seita. Permanece ainda a possibilidade de João ter adaptado as abluções diárias dos membros da comunidade de Qumran, transformando – as em um rito de significado escatológico que fosse realizado uma única vez, sim repetições. Há outros que encontram o contexto histórico do batismo de João no batismo judaico dos prosélitos. Quando um gentio abraçava o Judaísmo deveria submeter – se a um banho ritual (batismo), à circuncisão e oferecer sacrifício. O problema é determinar se o batismo de prosélitos já existia naquela época do Novo Testamento. Esta afirmação é algumas vezes negada, mas em outras ocasiões é confirmada por especialista na literatura judaica. Uma vez que a imersão de prosélitos é discutida no Mishnah pelas escolas de Hillel e Shammais verificamos que a pratica já era conhecida em um período bem próximo ao do inicio do Novo Testamento.
Alguns estudiosos argumentam que teria sido algo muito paradoxal se João tratasse os judeus como se fossem pagãos, mas pode ser que a questão do batismo de João resida precisamente nesse ponto. A aproximação do Reino dos Céus significava que os judeus não podiam encontrar segurança no fato de serem descendentes de Abraão, que os judeus, a não ser pelo arrependimento, não poderiam ter mais certeza do que os gentios de que entrariam no Reino Vindouro; deveriam se arrepender e manifestar seu arrependimento pela sujeição ao batismo.
Há alguns pontos de semelhança entre o batismo e João e o de prosélitos. Em ambos os ritos, no batismo de João e no de prosélitos, o candidato era imerso ou imergia – se completamente na água. Os dois batismos envolviam um elemento ético, pelo fato de que a pessoa batizada fazia um rompimento total com sua antiga conduta para dedicar – se a uma nova vida. Em ambos os casos o rito era de iniciação, pois introduzia a pessoa batizada em uma nova comunhão: uma comunhão com o povo judaico e a outra no circulo daqueles que estavam preparados para participar da salvação do Reino messiânico vindouro. Ambos os ritos, em contraste com as purificações judaicas comuns, eram realizados de uma vez por todas.
Entretanto existem vários diferenças entre os dois tipos de batismo. O batismo de João tinha um caráter escatológico, ou seja sua raison d’être foi a de preparar os indivíduos para o Reino vindouro. É esse fato que torna o batismo de João impossível de ser repetido. A diferença mais notável é que, ao passo que o batismo de prosélitos era administrado somente aos gentios, o batismo de João era aplicado aos judeus.
È possível que o contexto histórico que explique a origem do batismo de João não seja nem o batismo da comunidade Qumran, nem o de prosélitos, mas simplesmente as abluções cerimoniais previstas no Antigo Testamento. Os sacerdotes eram obrigados a se lavarem em sua preparação para ministrarem no santuário, assim como exigia – se que o povo participasse de certas purificações em várias ocasiões (Lv 11 – 15; Nm 19). Muitas declarações proféticas, bem moram por meio da purificação que era simbolizada pela água (Is 1:16 e ss; Jr 4:14) , e outras antecipam uma purificação a ser feita por Deus nos últimos dias (Ez 36:25; Zc 13:1) alem do mais, Isaias 44:3 interliga a dádiva do Espírito com a purificação futura. Qualquer que seja o fundamento histórico, João da um novo significado ao rito da imersão ao conclamar o povo ao arrependimento devido à aproximação do Reino dos céus.

Evangelho Segundo João/ Propósito

Conforme se diz, o Evangelho de Lucas é a mais bela obra literária da Bíblia. Neste caso, o quarto Evangelho é a mais sublime. Não é sobrepujado devido as duas qualidades: a devocional e a teológica. Nenhum outro livro levou tantas pessoas a Cristo e inspirou tantos a segui – lo e servi – lo. Ao mesmo tempo, anos de intenso estudo teológico critico levam a se reconhecer que há ainda profundezas não exploradas de pensamento que sempre chamarão o estudioso a continua admiração diante do profundo conteúdo deste Evangelho. Aqui a teologia foi colocada em termos tais, que ate uma criança pode compreender a visão da grandeza do amor de Deus, como mostrado em Jesus. Ao mesmo tempo, estes termos simples são usados para expressar um dos quadros mais empolgantes da realidade ultima encontrada em toda esta literatura.
É realmente afortunado o fato de que, diferentemente dos autores sinópticos, o autor do quarto Evangelho tinha incluído uma declaração do propósito de seu Evangelho. Este propósito declarado encontra – se em João 20:31 que diz: “Estes, porem, estão escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”. Mesmo com uma declaração direta como esta foram escritos volumes acerca do propósito específico do autor. Um dos problemas que intrigam e complicam na interpretação é a variação textual com a palavra creiais.
Três das mais antigas testemunhas do manuscrito grego (p.6, sinaiticus e vaticanus) e um importante manuscrito posterior (koridethi) tem o presente do subjuntivo aoristo (“possais começar a crer). O tempo aoristo sugere que o quarto Evangelho foi evangelístico quanto ao propósito e dirigido a não – cristãos. O tempo presente sugere que o propósito foi fortalecer a fé daqueles que já criam. Seja qual for o tempo, João francamente declara quem ele escreveu para mostrar que Jesus é o Cristo (palavra grega para “Messias”), o Filho de Deus. É interessante observar que, dos escritores do Novo Testamento, só João preserva o termo hebraico ou aramaico Messias (1:42; 4:25) e indica que Cristo traduz esta palavra.
O interesse do livro dos sinais (João 2:12) nos judeus é bem evidente. Isto parecia indicar que o quarto Evangelho foi endereçado aos judeus. Do livro de Atos, vê – se que os primeiros missionários testemunharam primeiramente aos judeus e depois aos gentios, quando se iniciou um novo trabalho. Esses missionários procuravam provar, nas sinagogas, que Jesus era o Messias, o Ungido que havia muito esperado. João prova, por sinais que Jesus histórico crucificado é o prometido de Deus através dos profetas, e que os judeus da diáspora não precisavam cometer o mesmo erro de seus compatriotas palestinos, recusando – se a crer. O verbo usado para “fé” (traduzido “crer”) ocorre 99 vezes em João, sugerindo a necessidade de uma resposta ativa à mensagem de Jesus que Deus deu. Certamente , um conhecimento do Velho Testamento é necessário para se entender inteiramente o quarto Evangelho, pois esta pressuposto em toda parte. A mensagem aos judeus da diáspora poderia muito bem ser o propósito principal do livro.
Foi considerado que, por causa do uso, por João, do termo judeus (cerca de 68 vezes, o quarto Evangelho é uma polêmica contra os judeus.
Deve ser observado que quando João faz uso desta palavra, geralmente é com uma má conotação (5:15,16,18; 6:41; 7:1, etc.). contudo, observa – se que João não usa esta palavra neste sentido com referencia à nação como um todo, mas sim, quanto aos lideres da nação que rejeitaram Jesus e ocasionaram sua crucificação. João geralmente emprega este termo para denotar aqueles que não crêem e que, conseqüentemente, são inimigos tantos de Jesus quanto de seus seguidores. Pareceria que a polemica é mais contra incredulidade do que contra os judeus, pois em toda parte, no quarto Evangelho, João mostta pessoas (judeus) respondendo ao chamado à fé. João realmente deseja, todavia, que seus leitores judeu não cometam o mesmo erro dos lideres judeus, rejeitando o Messias. A vida eterna depende da decisão de crer em Jesus como o Cristo.
Sugeriu – se, pela época de Clemente de Alexandria, que João escreveu para fornecer informação que não se encontrava nos sinóticos. Esta idéia tem alguns defensores ate hoje. Já vimos que João não conheceu necessariamente, nenhum dos documentos do outros Evangelhos e que era bem independente deles. Foi mostrado que, basicamente, os sinóticos precisam muito de João pata esclarecer muito de suas pressuposições, e não o contrario. João pode permanecer sozinho na proclamação do ministério de Jesus. Achar esta idéia de complementação dos sinóticos como sendo o propósito do autor é ler o quarto Evangelho de maneira muito superficial.
De natureza mais séria é a condução de que João escreveu para combater o gnosticismo ou uma forma desta heresia. Este tipo de abordagem do propósito de João esta geralmente ligado datação do quarto Evangelho para o fim do primeiro século ou começo do segundo. Diz – se que João escreveu para combater uma forma especifica d gnosticismo, denomina docetismo (deyokéu = parecer). Que isto foi um segmento desenvolvido do gnosticismo no segundo século esta fora de contestação, e alguns críticos datam o quarto Evangelho o maistaediamente possível, para encontrar esta doutrina desenvolvida dentro de seus conteúdos. Esta heresia ensinava que, por causa da diferença essencial entre o eterno e o temporal (o espiritual e o físico), Deus (o logos eterno) não poderia ter entrado fisicamente no mundo material. Jesus, portanto, não foi uma pessoa real; ele apenas “parecia” ter uma forma física.
O propósito declarado do autor deve ser mantido diante de nós para encontrarmos o propósito do quarto Evangelho. Deve ser reconhecido que os conceitos fundamentais encontrados e, João é básico para do cristianismo.
O interesse de João é que seus leitores saibam, fora de duvida que no Jesus de Nazaré é de fato o Cristo (Messias), o Filho de Deus. É uma chamada a “vir e ver” (1:39) e à certeza (7:17). Este conhecimento produz salvação e assegura a pessoa acerca da vida cristã do evangelho aos judeus primeiramente. Se existem elementos helênicos presentes no evangelho, então esta demonstrado que o autor escreveu aos judeus da diáspora. Que ele escreveu para confrontar os conceitos religiosos dessa época esta fora de contestação. Mesmo com estes fatos em mente, o tom universal do Evangelho (3:16; 10:16; 12:32) é uma advertência contra uma identificação estrita dos receptores num sentido estreito e limitado.
O propósito deve estar relacionado tanto como Evangelismo quanto com o movimento do discípulo ate a maturidade. Isto sozinho parece contribuir adequadamente o propósito declarado de que “estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo tenhais vida em seu nome”.

O Evangelho Segundo Lucas/ Mensagem

É quase universalmente admitido que o terceiro Evangelho é um dos mais belos livros já escritos. A extensão incomumente ampla de vocabulário. A excelência da gramática e a alta qualidade do estilo mostram que a obra de Lucas é digna de ocupar um lugar respeitável entre os gigantes literários de todos os tempos.
O prefacio (1:1 – 6) foi chamado de “uma perfeita jóia da arte grega”. Não há somente beleza do ponto de vista literário. Também encontra – se, em Lucas, o que não pode ser encontrado nos outros Evangelhos – as notas dominantes de alegria, ação de graças, proeminência dada as mulheres, ênfase no Espírito Santo, as imortais parábolas do filho prodigo e do bom samaritano. Tudo forma uma perfeita combinação, para fazer deste o mais belo dos Evangelhos.
O terceiro Evangelho tem algo acerca de se que é em especial atrativo. Ele deixa o leitor com uma profunda impressão acerca da vida e personalidade de Jesus. Possui muitas características que o distinguem dos outros sinóticos. Entre estas, encontram – se as seguintes:
a) Jesus é o Salvador de todas as pessoas – talvez, conforme foi sugerido, o versículo – chave seja Lucas 19:10. “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”. É interessante observar que a palavra “Salvador” não aparece em nenhum dos Sinóticos, exceto em Lucas (1:47; 2:21). Da mesma maneira, o substantivo “Salvação” e o adjetivo “salvo” são encontrado somente em Lucas, dos Sinóticos. Esta salvação, contudo, é para todas as pessoas. Dentro do terceiro Evangelho pode se encontrar cada camada da sociedade: o rico, o pobre, o judeu e o gentio, o fariseu e o publicano, o nobre e o mendigo, o sacerdote e o samaritano. Seu evangelho apresenta um panorama universal. O cristianismo é uma religião universal.
b) Interesse nas Relações Sociais – Há muitas passagens, em Lucas, que tratam das relações entre as pessoas na vida diária. O profundo interesse que Jesus tinha por aqueles que estariam fora da esfera da responsabilidade social e religiosa é evidente em toda parte. Os samaritanos são um destes casos. Apenas Lucas apresenta a parábola do Bom Samaritano (10:25 – 37), e é mostrado que, dos dez leprosos curados por Jesus, somente um samaritano voltou para expressar gratidão (17: 11 – 19). Somente em João e Lucas, dos escritores dos Evangelhos, há uma compreensão simpática demonstrada para com os samaritanos. Em Mateus e Marcos, a única referencia aos samaritanos é derrogatória (Mateus 10:5). Os pobres também tem uma parte proeminente. Somente em Lucas há tais historias como a do Rico Insensato(12:13 – 21). Lazaro e o Rico (16:19 – 31), e o incidente da viúva e sua oferta (21:14). Mesmo vista por Lucas, esta relação social sobressai (3: 7 – 14).
c) Interesse no individuo – o valor do individuo salientado em Lucas 15, o capitulo da grande parábola. Não que não haja interesse nas multidões, mas Lucas queria ressaltar especialmente o amor infinito que Jesus tem por cada pessoa, individualmente. Não há pessoa sem o seu lugar no Reino de Deus.
d) A proeminência dada ás mulheres – Aquelas mulheres que estavam associadas com Jesus, em sua vida e ministério, receberam atenção especial. Em geral, uma mulher era considerada quase uma propriedade pelos judeus, bem como pelos gentios. Uma mulher sempre pertencia a um homem na sociedade antiga. Em Lucas pode – se encontrar uma exposição simpática da compreensão, por parte da mulher, de sua posição e personalidade, em pessoas tais Maria, Isabel, Ana, Maria e Marta a viúva de Naum, a triste mulher pecadora, e aquelas que proviam sustento para Jesus e seus seguidores.
e) A ênfase no Espírito Santo – Desde a mensagem a Maria, através das palavras de Jesus na cruz, ate a promessa do Espírito, no ultimo capitulo, Lucas contém abundante referencias ao Espírito Santo. Há umas dezessete referencial ao Espírito Santo em Lucas, em comparação com doze em Mateus e seis em Marcos. Ele reveste o precursor (1:15), atua na concepção de Jesus (1:35); reaviva o dom da profecia (1:41,67; 2:25 – 27); é o sinal do Messias há muito esperado (4:1); e capacita Jesus em sua obra (4:14, 5:17). O Espírito é o dom de Deus a seus filhos (11:13).Os discípulo devem aguardar o “serem revestido” pelo Espírito, e, sob seu poder, devem, então, sair e evangelizar o mundo (24: 44 – 49; Atos 1:8).
f) A ênfase dada á oração – Em conexão com vários eventos cruciais no ministério de Jesus, Lucas menciona as orações de Jesus em seu batismo (3:21); no final de dia movimentado (5:15,16); na escolha dos doze (6:12); no Monte da Transfiguração (9:18 – 22), oração de jubilo na volta dos setenta (10:21); antes de ensinar dos discípulos como orar (11:1 – 4); no Getsêmane (22:39 – 46); na cruz (23:34, 46). Exemplo de ensinos de Jesus sobre oração são encontrados nas historias acerca do amigo que veio à meia – noite (11:5 – 8); da viúva insistente (18:1 – 8); do fariseu e do publicano (18:9 – 14. somente em Lucas é encontrada a oração de Jesus em favor de Pedro (22:31,32).
g) A Ênfase dada ao Júbilo – O Evangelho se inicia e termina com uma nota e jubilo (1:47; 24:52,53).freqüentemente, Lucas usa palavras que expressam jubilo, louvor ou felicidade (1: 14, 44, 47; 10: 21), e expressões como saltar de alegria (6:23), riso (6:21) e regozijo (15:23, 32). Nos dois primeiros capítulos se encontram os cânticos imortais em forma poética. Em Lucas, Atos inteiro uma nota alegre é prominente. O cristianismo é uma religião de louvor e jubilo. O evangelho de Lucas falou a vários dos problemas que os cristãos enfrentaram durante o primeiro século. Assim como a mensagem de Jesus foi então pertinente, os princípios devem ser seguidora pelos crentes de hoje. O terceiro Evangelho é uma lembrança de que não se pode separar as boas – novas de uma compaixão pelos que passam prevações e desprezo. Ele também é um lembrete acerca da alegria que se encontra quando se entra numa relação salvífica com a pessoa que é a fonte e o tema das boas – novas: Jesus Cristo, o Filho de Deus.
O reino de Deus inverte os valores do mundo. E isto não é mera reorientação teórica, pois Lucas descreve com evidente aprovação a atitude fundamental de compartilhar os bens, que caracterizaram a comunidade de Jerusalém (Atos 2:44 e 55; 4:32 – 5:11). As “boas novas para os pobres” que foram trazidas por Jesus, são desse modo colocadas em pratica por intermédio da formação de uma nova comunidade, uma ordem alternativa, na qual os valores convencionais da sociedade humana são colocados de lados e as barreiras divisórias internas são destruídas.

Evangelho Segundo Marcos/ Autoria

O Evangelho de Marcos, em si, é anônimo, ou seja, dentro do livro não há nenhuma afirmação definida quanto a quem é o autor.
No inicio do segundo século, o segundo Evangelho foi atribuído ao “João chamado Marcos”, o filho da Maria para cuja casa Pedro fugiu depois de escapar da prisão (Atos 12:12); o mesmo Marcos que Paulo e Barnabé levaram com eles, na chamada primeira viagem missionária (Atos 12:25). Ele era primo de Barnabé (Col 4:10). Marcos deixou Paulo e Barnabé em Perge (Atos 13:13) para retornar a Jerusalém. No inicio da segunda viagem, Barnabé quis levar Marcos outra vez, mas Paulo recusou – se, João Marcos indo com Barnabé para Chipre (Atos 15:39).
Em alguma ocasião, mais tarde, Marcos é encontrado estando com Paulo, quando este escrevia com Paulo, quando este escrevia à igreja Colossense (Col 4:10,11) e a Epistola a Filemon (24). Em 2 Timoteo 4:11, Paulo pede a Timóteo para ir a Roma e levar João Marcos. Em 1 Pedro 5:12,13, Marcos esta presente, com Pedro, em Babilônia, juntamente com Silvano (Silas), outro ex – companheiro de Paulo.
Estaria ocorrendo uma crise na vida da comunidade cristã. Se o livro foi escrito entre as mortes de Paulo e Pedro (ou logo após a de Pedro), a igreja estava sofrendo uma perseguição “política” simplesmente por ser cristã. Acusada de incêndio culposo, sedição e ateísmo, ela era uma igreja “mártir”, severamente ameaçada e provada. Havia necessidade de uma declaração clara e completa acerca de Jesus Cristo, que havia morrido nunca cruz romana, uma vindicação de Jesus e da comunidade cristã. Havia a necessidade também de um desafio à fé heróica e a certeza do triunfo final.
Passando a primeira geração de cristãos, houve a necessidade da narração escrita da historia do Evangelho, da pregação das testemunhas mais antigas. Tiago, o irmão de Jesus e líder do cristianismo judaico, fora martirizado em 62 d.C. Com a morte de Paulo e a morte de Pedro, que se aproximava, sentiu – se ser necessário um registro escrito do ministério do Senhor, antes que todos os apóstolos morressem e a igreja fosse deixada sem um conhecimento intimo acerca da vida e do ministério de Jesus.
Os pais primitivos são enfáticos em dizei que João Marcos coletou seu material de Pedro. A afirmação de Papias (cerca de 140 d. C.) é bem conhecida, tendo sido preservada por Eusébio.
A medida que o apostolo foi a fonte básica do evangelho, a afirmação de Papias permanece de pé. Afirma – se que as descrições vividas e detalhadas do Segundo evangelho indiquem uma testemunha ocular. Somente Marcos, por exemplo, menciona que a grama sobre a qual sentaram os cincos mil era verde (6:39). Mas, mesmo que sejam valido (e alguns estudiosos insistem em que havia uma tendência de acrescentar tais detalhes à tradição), esse aspectos não faria mais do que mostrar que houve alguma testemunha ocular por trás do Evangelho de Marcos.
Outro aspecto do evangelho pode nos trazer mais perto a forma especialmente critica como os doze são apresentados. Embora seja encontrada em todos os quatro evangelhos, a descrição dos discípulos como covardes, espiritualmente cegos e duros de coração é particularmente vívida em Marcos. Sustenta – se que isso indica um ponto de vista apostólico pode ter sido o de Pedro. Em primeiro lugar Pedro aparece em destaque em Marcos, e a maneira mais natural de explicar algumas das referencias é creditá – las ao próprio Pedro 1c. g., as referencias a Pedro “lembra – se” (11.22, 14, 72).
Em segundo lugar, C. H. Dodd assinalou que o evangelho de Marcos segue um esquema bem parecido com aquele encontrado na querigma básico apresentado por Pedro, a recordação dos acontecimentos principais da vida encontrada em Atos 10:36 – 41.
E por fim, podemos acrescentar que a referencia de Pedro a Marcos como “meu Filho” em sua primeira carta harmoniza – se muito bem com o relacionamento entre Pedro e Marcos como “meu filho” em sua primeira carta harmoniza – se muito bem com o relacionamento entre Pedro e Marcos mencionado por Papias; ela nos desestimula a pensar que Papias simplesmente inocentou esse relacionamento.

O Evangelho segundo Mateus/ Destinatário

O Evangelho de Mateus esta em primeiro lugar em todas as listas conhecidas dos livros do Novo Testamento. Tem a distinção de ser citado mais freqüentemente na literatura cristã antes de 180 d. C. Seu lugar e influencia na igreja primitiva são, provavelmente, devidos à sua natureza didática e apologética. O estilo claro e explanativo do autor é facilmente adaptado para leitura publica e, por esta razão, provavelmente, logo teve aceitação nas igrejas primitivas. O evangelho de Mateus é claramente o mais “judaico” dos quatros e é mais bem entendido como tendo sido escritos para cristãos da fala grega, cuja maioria era de origem judaica. O autor supõe que o leitor esteja familiarizado com o Velho Testamento e as varias seitas da Palestina naquela época. Esta suposição da parte do autor, leva o leitor a concluir que o livro foi escrito primariamente para cristãos judeus de fala grega.
Mateus em muitos aspectos, é uma ponte entre o Velho Testamento e o Novo Testamento. Há mais de cem citações do Velho Testamento. Este livro parece efetuar uma transição, da expectação judaica de um Messias político, para um cumprimento de todas as profecias messiânicas em Jesus de Nazaré. O propósito do autor é demonstrar sem deixar duvidas, que Jesus é o grande Messias, o Filho de Deus, o verdadeiro rei prometido de deus e esperado por muitos anos pela nação judaica.
Os evangelhos foram escritos nos dias de crescente separação entre a sinagoga e a igreja. A igreja tornava – se cada vez mais gentia. O cristianismo, que havia adorado lado a lado com judeus não cristãos, no Templo e nas sinagogas, desde o principio, estava sendo forçado a tornar uma posição que iria significar separação completa do judaísmo. Um dos problemas que a igreja primitiva enfrentou, quando partiu para o mundo a “salvação pela graça” como um pretexto para pecarem promiscuamente. Por outro havia aqueles legalistas com um conjunto estrito de regras para vida diária; uma de “sim” e de “não”. Mateus escreveu para combater os dois erros extremos do legalismo e do antinomismo.
Mateus escreveu nos dias tumultuosos próximo à guerra judaico – romana, uma guerra ocasionada por nacionalistas fanáticos que tentaram introduzir o Reino Messiânico por precipitação. Ele tentou explicar, a uma comunidade judaico – cristã, a transição da esperança judaica num Messias político, para um cumprimento de profecia no servo Sofredor, Jesus de Nazaré. Mateus se inquietou com o fato de que os judeus como um todo não reconheceram que aquele a quem rejeitaram era de fato o cumprimento das promessas de Deus, o clímax da atividade redentora de Deus, expressa nas Escrituras. Mateus apresenta Jesus como Messias o Filho de Deus e o Salvador.

Os Pais Pós – Nicenos do Oriente

Os Pais da parte oriental da igreja pertenceram aquilo que deve ser chamado de escolas alexandrina e antiocana de interpretação. Homens como Crisóstomo ou Teodoro da Mopsuétia seguiram a escola antiocana ou Síria de interpretação, enfatizando o estudo histórico – gramatical da Bíblia na intenção de descobrir o significado que e escritor sagrado tinha para aqueles a quem escreveu. Evitaram a tendência alegorizante praticada pelos seguidores da escola alexandrina, ainda grandemente influenciados por Origines.
São três os Pais pós – Nicenos do oriente, mas nesta oportunidade quero destacar um que se chama Eusébio (d. C. 265 – 339) – Historiador da Igreja.
Um dos Pais da igreja mais amplamente estudado é Eusébio de Cesareia (d. C. 265 – 339), por todos os méritos merecedor do titulo de Pai da Historia da Igreja, assim como Heródoto mereceu o titulo de Pai da Historia. Depois de uma boa instrução por parte de Panfilo em Cesaréia, ele ajudou o amigo a organizar sua biblioteca nesta cidade Eusébio era estudante atencioso e lia tudo o que pudesse ajudar em suas pesquisas. Ele se serviu tanto da literatura profana quanto da sacra. Muito da literatura de então, que de vou por causa dos excetos que citou em suas obras.
A personalidade de Eusébio assentava – se bem para seus alvos de erudição. Tinha um espírito refinado e cordão e detestava as querelas suscitadas pela heresia ariana.
Tomou um lugar de honra a direita de Constantino no Concílio de Nicéia e, como ele preferiu uma solução de compromisso entre os partidos de Atanásio e Ário. Foi o credo de Cesaréia, escrito por Eusébio de Cesareia, que o concilio de Nicéia modificou e aceitou.
Sua maior obra é a Historia Eclesiástica, um panorama da historia da igreja dos tempos apostólicos ate 324. seu propósito era fazer um relato das dificuldades passadas da igreja ao fim deste longo período de luta e começo de uma era de prosperidade. A obra é ainda hoje útil porque Eusébio teve acesso à excelente biblioteca de Cesaréia e aos arquivos imperiais. Ele fez um grande esforço para ser honesto e objetivo no uso que fez das fontes primarias melhores e mais segura a sua disposição.
Na critica que fez a muitos documentos, Eusébio de certo modo antecipou o estudo cientifico acurado próprio do historiador moderno na avaliação de suas fontes de informação. Não surpreende que Eusébio seja nossa melhor fonte sobre a historia da igreja nos três primeiros séculos de sua existência, embora os eruditos lastimem que não tenha feito notas de rodapé mais preciosas sobre suas fontes de informação, a exemplo do que faz o historiador contemporâneo. Algumas vezes, também sua obra torna – se apenas uma coleção de fatos e extratos sem nenhuma relação de causa e efeito. Apesar destes defeitos, de suas monótonas divagações e de seu estilo inconstante, a obra tem sido de inestimável valor para a igreja através dos séculos.
Eusébio escreveu a Crônica, uma historia universal desde o tempo de Abraão até 323 que deu a historia medieval o quadro cronológico usado por muitos. Sua vida de Constantino, escrita como apêndice à sua Historia, apesar de algo laudatória, é uma excelente fonte de informação sobre os efeitos de Constantino.
A obra histórica de Eusébio foi continuada por dois sucessores que nem sempre estiverem à altura do elevado padrão de confiabilidade iniciado por ele. Deve – se dizer, entretanto, que estes leigos, Sócrates (d. C. 380 – 450) e Sozômenio (século V), ambos educados para a pratica do direito, mostraram – se tolerantes mesmo para com aqueles que eram seus adversários. A obra de Sócrates continua a historia de Constantino ate 439, numa tentativa de completar a tarefa começada por Eusébio, estes homens são as principais autoridades eclesiásticas para a historia da igreja antiga.

Deuteronômio, preparando – se para Canaã

(Nova Geração, benção e maldições)

Com toda nação de Israel posicionada á entrada de Canaã, Moisés aproveitou a ultima oportunidade de prepara o povo para sua nova vida na Terra Prometida. Visto que o profeta não entraria na terra com os israelitas, ele queria garantir que toda a nação não esquecesse a aliança com Deus. Em Deuteronômio, Moisés se dirigiu às pessoas que haviam sobrevivido à praga que o Senhor lançara como punição aos pecados do povo (Dt 4:3). A luz dessa experiência, o profeta pediu a esta nova geração que fosse fiel as leis divina.
O titulo em português do quinto livro do Pentateuco é derivado da Septuginta, a antiga tradução grega do Antigo Testamento, que interpreta as palavras uma copia da lei (NVI), em Deuteronômio 17:18, como a segunda Lei. O nome Deuteronômio quer dizer a segunda Lei. O termo é de certa forma errônea, porque Deuteronômio não contem uma segunda Lei. Entretanto, o livro explica a lei de Deus que foi revelada no monte Sinai a uma segunda geração de israelitas.
Nova Geração – a antiga geração (com exceção de Calebe e Josué) morrera no deserto, e a nova geração precisava ouvir a Lei de novo. Todos têm memória curta, e essas pessoas tinham 20 anos, ou menos, quando a nação, décadas antes, enfrentara o fracasso em Cades – Barneia.
Era importante que Cades – Barneia cessem a Palavra de Deus mais uma vez e percebessem como era imprescindível obedecer a Deus.
Benção e maldição – Moisés explica por menorizadamente as bênçãos e as maldiçoes que acompanham o pacto do Sinai e convida – lo, todavia, a ratificação final do pacto com o Senhor seria feita em Canaã depois de atravessar o rio Jordão.
A promulgação da lei em Ebal: capitulo 27. ao entrar na Terra prometida, Israel tinha de passar pelo vale entre os montes Ebras e Gerizim. Este vale forma um anfiteatro natural, ideal para proclamar a lei ante uma multidão. Aí deviriam apresentar sacrifícios de holocausto e ofertas de paz. O holocausto significava consagração, e a oferta de paz comunhão com Deus. Desta maneira, ao entrar na terra, os israelitas se consagrariam de novo ao Senhor e gozariam da comunhão com seu grande dirigente espiritual.
Sanções da lei, bênçãos e maldiçoes: capitulo 28. Moisés enumera extensamente e com vários detalhes minuciosos as bênçãos e as maldiçoes, de modo que à entrada dos israelitas as bênçãos e as maldiçoes, de modo que entrada dos israelitas na terá prometida à escolha de seu destino estava diante deles. A obediência traria a benção e a desobediência acarretaria maldição. Se os israelitas houvessem prestado atenção às advertências de Moisés, teriam sido sábios de grandes padecimento através de sua historia.
A obediência traria as seguintes benções de sua historia:
1) Propriedade extraordinária e geral: v. 2 – 6
2) Livramento dos inimigos: v. 7
3) Abundancia de produção: v. 8,11,12
4) Bênçãos espirituais: v. 9, 10
5) Proeminência entre as nações: v. 1, 10, 13



Desobediência traria as seguintes maldiçoes (28: 15 – 68)
1) Maldições pessoais: v. 16 – 20
2) Peste: v. 21, 22
3) Estiagem: v. 23,24
4) Derrotas nas guerras: v. 25 – 33
5) Praga: v. 27, 28, 35
6) Calamidade: v. 29
7) Cativeiro: v. 36 – 46
8) Invasão dos inimigos: v. 45 – 57
a) Devastação da terra: v. 47 – 52 (cumpriu – se nas invasões dos assírios e babilônicos)
b) Canibalismo em tempo de cerco: v. 53 – 57 (2 Reis 6:28, lamentações 2:20)
9) Pragas: v. 58 – 62
10) Dispersão entre as nações: v. 63 – 68

Êxodo, o poder de Deus em ação

(Egito, Moisés, Aliança).

Êxodo significa “saída” é a versão grega deu ao livro esse titulo porque ele narra o grande evento da historia de Israel: a saída do povo de Deus do Egito
Egito – A antiga terra dos Faraós abrange o estreito vale do rio Nilo. Ao norte iniciava – se sua extensão desde Asma, perto das primeiras cataratas, ate ao delta onde o Nilo desembarca no mar Mediterrâneo; ocupa 950 km.
A agricultura do Egito dependia da segadura do Nilo e do rendimento ao retirar – se depois de inundar o vale há um deserto desprovido de quase toda a forma de vida.
A historia do Egito remota aproximadamente ao ano 3000 a.C., quando o reino do vale do Nilo e o reino do delta foram unificados pelo brilhante rei Menés. Trinta dinastias de famílias reais reinaram durante os anos 3000 a.C. ate 300 a. C.
A geografia atingiu grandemente a política egípcia. Dividiu administrativamente em duas regiões, Norte e Sul, sua capital teve de ser mudada varias vezes funcionando como em Tebas (Nô – Anon), no alto Egito, ao Sul, ora em Mênfis (Nofe ou Ramessés) ou Avaris, no delta do Baixo Egito. O nome bíblico para o país dos faróis é “Mizraim”, que significa “dois Egito”.
O Egito era uma terra de muitos deuses visto que as divindades locais eram à base da religião, os deuses egípcios tornaram – se extremamente numerosos deuses da natureza eram comumente representados por animais e pássaros. Eventualmente, divindades cósmicas, que eram personificadas pelas forças da natureza foram elevadas acima dos deuses locais, passando a ser teoricamente reputadas divindades nacionais de universais. Essas tornaram – se tão numerosas que chegaram a ser agrupadas em famílias de tríades ou mesmo de nobre figura.
Os templos igualmente eram numerosos por todo o Egito com a provisão de um lar ou templo para cada deus, surgiu o sacerdócio, as oferendas, as festividades, os retos e as cerimônias de adoração. Em troca dessas acomodações, o povo considerava que seus deuses eram seus benfeitores.
A fertilidade do solo e dos animais, a vitória ou derrota, as nundações do vale do Nilo, e de fato, todo o fator que afeta o bem – estar desta vida era atribuído a alguma divindade. Os egípcios acreditavam numa vida após a morte.
Um registro sem macula neste mundo dava ao individuo o direito a imortalidade. Isso justifica os sepultamentos reais que são representados nas pirâmides e outros túmulos.

Moisés – figura junto a Abraão e Davi como um aos três maiores personagens do Antigo Testamento. Libertador, profeta, foi sobretudo um grande homem de Deus.
São notáveis os fatores que Deus empregou para livrar o futuro libertador mediante a pequena arca. O amor perpecaz de Joquebede, a mãe do nenê, a compaixão da princesa e a sagacidade de Miriã, irmãzinha de Moisés. Deus preparou Moisés para ser líder e libertador de seu povo. A mão divina evidencia – se passo a passo:
1. Os primeiros 40 anos de sua vida, Moisés passou no lar de seus pais e no palácio do Faraó. Nascido em Gósen mais ou menos em 1525 a. C., foi o segundo filho de Anrão e Joquebede, da tribo de Levi. No lar paterno Moisés recebeu sua formação religiosa e na corte do faraó adquiriu conhecimento intelectual e político, alem de treinamento militar.
2. Os segundos 40 anos passou exilado em Midiã, fugindo do Faraó, meditando e trabalhando como pastor. Casou – se com Zípora, filha de Jetro, o sacerdote, e nasceram – lhe dois filhos, Gerson e Eliezer (Ex 18:34).
3. Os últimos 40 anos de sua vida os viveu no Egito e no deserto, na condição de primeiro líder de Israel. Serviu ao Senhor como profeta, sacerdote e rei, muito antes de esses cargos serem estabelecidos entre os judeus. Ensinou a todos como um profeta, como um sacerdote, intercedeu por eles quando caíram na idolatria e, como líder, retirou os da servidão e os organizou como o povo da aliança de Deus.

Aliança – tendo estado em servidão, em um meio ambiente idolatra agora Israel teria de ser um povo totalmente consagrado a Deus. Por meio de um ato sem precedentes na historia, e que igualmente não foi duplicado desde então, aquele povo foi subitamente transformado do estado de servidão para o estado de nação independentemente. Ali no Sinai, com base nesse livramento, Deus estabeleceu com eles um pacto, para que fosse sua nação santa.
Israel foi instrução a preparar – se por três dias, para que se firmasse esse pacto. Por meio de Moisés Deus revelou o decálogo, outros preceitos e instruções para observância das festividades sagradas. Sob a liderança de Arão, dois de seus filhos e setenta anciãos, o povo adorou a Deus com oferendas queimadas e pacificas. Depois que Moisés leu o livro do pacto o povo respondeu aceitando as condições. A aspersão do sangue sobre o altar e sobre o povo selou o acordo. A Israel foi assegurado que seria conduzido à terra de Canaã no devido tempo. A condição do pacto era a obediência. Os membros individuais da nação poderiam perder seus direitos do pacto por meio da desobediência. Nas planícies de Moabe, Moisés liderou os israelitas numa publica renovação do pacto, antes de sua morte.
O Decálogo
As dez palavras, ou dez mandamentos, constituem a introdução do pacto.

Gênesis. A origem de tudo.

Criação, Queda e Salvação.
O livro de Gênesis é a introdução à Bíblia toda. É o livro dos princípios, pois narra os começos da criação do homem, do pecado, da redenção e da raça Eleita.
O objetivo teológico deste livro é salientar a soberania de Deus sobre toda a criação e enfatizar a responsabilidade do homem para com o Deus Soberano. A reação positiva de obediência traz a graça e o livramento de Deus, e a reação negativa de rejeição e rebeldia acarreta o julgamento divino.
Criação: “No principio” são palavras que introduzam no universo para a criação do homem. É questão de interpretação se essa data indefinida se refere á criação original de ao ato divino inicial que preparou o mundo para o homem. Em qualquer dos casos o narrador começa com Deus como o criador, nesta breve cláusula de parágrafo de introdução (1:1 – 2), para explicar a existência do homem e do universo. Seqüência e progressão assinalam a era da criação e da organização (1:3 – 2:3). Em um período determinado como de seus dias prevaleceu a ordem no universo, em relação a terra. No primeiro dia foram ordenadas a luz e as trevas, para proverem períodos diurnos e noturnos. No segundo dia o firmamento foi separado para ser expansão da atmosfera da Terra. Em seguida ocorreu a separação entre terras e águas, de modo que apareceu a vegetação no devido tempo.
No quarto dia começaram a funcionar as luminárias dos céus em seus respectivos lugares, a fim de determinarem a extensão as estações, os anos e os dias da Terra. O quinto dia trouxe a existência criaturas vivas que ocupassem as massas de águas abaixo e os espaços celestiais acima. O sexto dia foi o clímax nessa serie de eventos criativos. Os animais terrestres e o homem receberam a determinação de ocuparem a terra. Este ultimo foi distinguido daqueles, tendo – lhe sido confiada a responsabilidade de exercer domínio sobre toda a vida animal. A vegetação foi a provisão divina para servir de mantimento. No sétimo dia Deus terminou seus atos criativos, tendo – o santificado como um período de descanso.
O homem é de pronto distinguido como a mais importante dentre todas as criações de Deus (2:4b – 25). Criado a imagem de Deus, ele se torna o ponto foca de interesse, à medida que prossegue a narrativa. Deus formou o homem do pó da Terra e soprou em seu interior o hálito da vida, tornando – o um ser vivo.
Queda – O capitulo 2 de Gênesis apresenta – nos um belo quadro da vida do homem no Éden. Tudo era bom, não obstante, a cena se altera radicalmente no capitulo 4, pois agora os homens conhecem a inveja, o ódio e a violência. Como começou a maldade e todo sofrimento no mundo? A única resposta satisfatória da origem do mal encontra – se no capitulo 3 do Gênesis. Relata como o pecado entrou no mundo e como tem produzido conseqüências trágicas e universais
Defronte de uma serpente que falava, Eva começou a duvidar da proibição divina e desobedeceu deliberadamente. Adão, por sua vez, cedeu à persuasão de Eva. Imediatamente tiveram consciência de que haviam sido enganados pela serpente e de que tinham desobedecido a Deus. Face a face com o Senhor Deus, ambos os indivíduos envolvidos foram solenemente julgados. Cônscios do conhecimento do bem e do mal, Adão e Eva foram imediatamente expulso do jardim do Éden, para que não viessem também a participar da arvore da vida, o que os faria viver para sempre. O homem teve que enfrentar as conseqüências da maldição armado apenas com a promessa de alivio eventual, mediante a semente da mulher, que lhe suavizaria a sorte.

Salvação – Em Gênesis 3:14 encontramos a maldição sobre a serpente. Deus começa por amaldiçoa – lá, mas em 3:15 é evidente que se dirige ao próprio diabo. Provocaria inimizade entre a semente da serpente da mulher (a descendência piedosa de Eva). Esta inimizade tem sido e será perpetua, desde a época de Abel ate a segunda vinda de Cristo. Um dos descendentes piedosos daria um golpe mortal ao inimigo porem sairia ferido. É uma promessa messiânica que se cumpriu no calvário (Hebreus 2:14, 15). A redenção prometida em Gênesis 3:15 chegou a ser o assunto da Bíblia.
Foram Adão e Eva salvos espiritualmente? A Bíblia parece indica – lo de maneira afirmativa. Adão creu na promessa de redenção, pois deu na promessa de redenção, pois deu à sua esposa o nome de Eva. O senhor respondeu a fé do casal, provendo – os de túnicas de pele para cobrir – lhes a nudez. Pode ser que isso indique a origem divina do sacrifício, e pré – figure o manto de justiça provido mediante a morte que Jesus? Podemos concluir deste relato que a fé nas promessas de deus é, desde o principio, o único meio de sermos aceito pelo Senhor.