segunda-feira, 25 de junho de 2012

Grupos islâmicos entram noTwitter para atrair seguidores e divulgar ideias

            


Jihadistas islâmicos e seus simpatizantes têm uma presença limitada no Twitter, mas ela é cada vez mais sofisticada e está crescendo.
Foi o que descobriu uma reportagem da BBC na Síria após mais de um mês e meio seguindo os tuítes destes fundamentalistas, que advogam a implementação de regimes de inspiração islâmica por meio da violência.
A rede de microblogs Twitter, que conta com mais de 100 milhões de seguidores, permite que pessoas criem listas de usuários de Twitter que elas seguem. Isso faz com que se possa acompanhar o fluxo de tuítes postados nessas listas.
Um repórter da BBC criou uma lista formada por mais de 35 contas que são explicitamente filiadas a movimentos jihadistas. Algumas dessas contas de Twitter contam com milhares de seguidores.
Ao final de maio, o grupo saudita Shabakat Ansar al-Mujahideen (Partidários da Rede Mujaheddin) anunciou a sua presença no Twitter. Trata-se de um célebre fórum que divulga propaganda jihadista e que serve como meio de comunicação para seguidores desses ideais.

Talebã e Al-Shabab

Recentemente, a Rede Al-Midad, do grupo iemenita Ansar Al-Sharia, ligado à rede Al-Qaeda, abriu uma conta no Twitter. Mas há muitos outros jihadistas destacados no microblog. A milícia Talebã, do Afeganistão, e a rede al-Shabab, da Somália, também têm uma forte presença no site.
Outros grupos ligados à Al-Qaeda, como o Grupo de Mídia da Elite do Jihad, que se especializa em reproduzir textos selecionados de jihadistas, também conta com uma conta no Twitter.
Há desde contas que são usadas para promover links de textos jihadistas e que usam o Twitter para atualizar seus seguidores assim que o novo conteúdo é postado até contas dedicadas exclusivamente a promover poesia e hinos jihadistas.
Há também pessoas que criaram contas para divulgar as ideias de célebres lideranças islâmicas extremistas, como Ayman al-Zawahiri, o atual líder da rede Al-Qaeda, e Anwar al-Awlaki, o clérigo iemenita-americano morto em um ataque dos Estados Unidos, deixando claro, no entanto, que se tratam de contas não-oficiais.
Recentemente, quem fez sua estreia no Twitter foi Assad al-Jihad 2, o pseudônimo de um contribuinte regular de inúmeros grupos de discussão de muçulmanos fundamentalistas. Seus artigos, muito populares entre os participantes destes fóruns, mostram que ele é uma autoridade que fala em nome da Al-Qaeda e de outras agremiações ligadas à rede.


Síria

Atualmente, a Síria é um dos temas que vêm dominando os posts e conversas de tuiteiros jihadistas, que vêm também clamando por doações para alimentar a inssurreição contra o regime do presidente síro, Bashar al-Assad.
Eles também têm usado o microblog para pedir a libertação de clérigos e defensores da jihad detidos em prisões sauditas.
As timelines de suas contas de Twitter estão cheias de histórias sobre biografias de prisioneiros, as atividades feitas por suas famílias para obter suas libertações e alegações de que eles estariam sofrendo torturas nas mãos de autoridades da Arábia Saudita.
Por natureza, o Twitter visa ser um fórum público aberto, o que significa que a presença de jihadistas no site irá provavelmente aumentar.

Fonte: BBC Brasil