Jihadistas islâmicos e seus
simpatizantes têm uma presença limitada no Twitter, mas ela é cada vez
mais sofisticada e está crescendo.
Foi o que descobriu uma reportagem da
BBC na Síria após mais de um mês e meio seguindo os tuítes destes
fundamentalistas, que advogam a implementação de regimes de inspiração
islâmica por meio da violência.
A rede de microblogs Twitter, que conta
com mais de 100 milhões de seguidores, permite que pessoas criem listas
de usuários de Twitter que elas seguem. Isso faz com que se possa
acompanhar o fluxo de tuítes postados nessas listas.
Um repórter da BBC criou uma lista
formada por mais de 35 contas que são explicitamente filiadas a
movimentos jihadistas. Algumas dessas contas de Twitter contam com
milhares de seguidores.
Ao final de maio, o grupo saudita Shabakat Ansar al-Mujahideen
(Partidários da Rede Mujaheddin) anunciou a sua presença no Twitter.
Trata-se de um célebre fórum que divulga propaganda jihadista e que
serve como meio de comunicação para seguidores desses ideais.
Talebã e Al-Shabab
Recentemente, a Rede Al-Midad, do grupo iemenita Ansar Al-Sharia,
ligado à rede Al-Qaeda, abriu uma conta no Twitter. Mas há muitos
outros jihadistas destacados no microblog. A milícia Talebã, do
Afeganistão, e a rede al-Shabab, da Somália, também têm uma forte presença no site.
Outros grupos ligados à Al-Qaeda, como o
Grupo de Mídia da Elite do Jihad, que se especializa em reproduzir
textos selecionados de jihadistas, também conta com uma conta no
Twitter.
Há desde contas que são usadas para
promover links de textos jihadistas e que usam o Twitter para atualizar
seus seguidores assim que o novo conteúdo é postado até contas dedicadas
exclusivamente a promover poesia e hinos jihadistas.
Há também pessoas que criaram contas
para divulgar as ideias de célebres lideranças islâmicas extremistas,
como Ayman al-Zawahiri, o atual líder da rede Al-Qaeda, e Anwar
al-Awlaki, o clérigo iemenita-americano morto em um ataque dos Estados
Unidos, deixando claro, no entanto, que se tratam de contas
não-oficiais.
Recentemente, quem fez sua estreia no
Twitter foi Assad al-Jihad 2, o pseudônimo de um contribuinte regular de
inúmeros grupos de discussão de muçulmanos fundamentalistas. Seus
artigos, muito populares entre os participantes destes fóruns, mostram
que ele é uma autoridade que fala em nome da Al-Qaeda e de outras
agremiações ligadas à rede.
Síria
Atualmente, a Síria é um dos temas que
vêm dominando os posts e conversas de tuiteiros jihadistas, que vêm
também clamando por doações para alimentar a inssurreição contra o
regime do presidente síro, Bashar al-Assad.
Eles também têm usado o microblog para pedir a libertação de clérigos e defensores da jihad detidos em prisões sauditas.
As timelines de suas contas de Twitter
estão cheias de histórias sobre biografias de prisioneiros, as
atividades feitas por suas famílias para obter suas libertações e
alegações de que eles estariam sofrendo torturas nas mãos de autoridades
da Arábia Saudita.
Por natureza, o Twitter visa ser um
fórum público aberto, o que significa que a presença de jihadistas no
site irá provavelmente aumentar.