sexta-feira, 24 de setembro de 2010

PRIMEIRA EPISTOLA AOS CORINTIOS

A igreja de Corinto era uma congregação com sérios problemas. Influencia pela imoralidade sexual, dividida por facções que se arrastavam ao tribunal e mutilada por usar mal os dons espirituais, ela precisava de uma cirurgia espiritual radical. Embora, fossem verdadeiros cristãos, os coríntios tinham de crescer. Entretanto, eles já haviam deixado de seguir os costumes imorais, egoístas e contenciosos de seus vizinhos pagão em Corinto, a cidade notoriamente imoral daquela época. É possível perceber a decepção de um pai ressentido nas palavras serias de Paulo aos Coríntios. Contudo o apostolo, como um cirurgião, diagnosticou o problema e concentrou seus esforços diretamente na fonte: orgulho e falta do verdadeiro amor na igreja.
Corinto foi uma cidade importante na Grécia antiga. Geograficamente, foi um centro ideal para o comercio entre Itália e a Ásia. Com o fluxo de negócios, Corinto recebia viajantes do Oriente e Ocidente, criando toda uma diversidade étnica entre os habitantes da cidade. Embora tivesse sido saqueada pelos romanos em 146 a. C., Corinto foi reconstruída por Julio Cesar, em 46 a. C. o controle de Corinto permitia aos romanos dominar o comercio entre Oriente e Ocidente, como também os jogos ístmicos (1 Coríntios 9: 24 – 27), que eram superados em termos de importância somente pelos famosos fogos olímpicos.

1. Autoria

A autoria de Coríntios não está em contestação antiga, em favor desta carta, é mais forte do que para qualquer outro livro do Novo Testamento. Clemente de Roma (por volta de 96 d. C.) escreveu a Corinto, citando as admoestações de Paulo desta carta. Inácio (que faleceu por volta de 117 d.C.) e Justino Mártir (que faleceu por volta de 165 d.C.) conheciam bem as palavras de Paulo encontradas nesta carta. Ela foi incluída no cânon de Marcião, e o fragmento Meratoriano tem na como a primeira das cartas de Paulo. Esta carta ocupa o lugar mas seguro entre todas as cartas atribuídas a Paulo.

2. Ocasião

Com todas as interrogações e problemas que haviam teria sido melhor, naturalmente, ir ate Corinto, mas Paulo sentiu que não podia deixar Efeso no momento (16: 8,9). O melhor que ele pode fazer, naquelas circunstancias, foi escrever e enviar um emissário pessoal, Timóteo (4:14 – 21), que chegaria a Corinto depois desta carta (16:10). Com resultado, os crentes de todas as épocas tem esta notável carta. Nenhuma cartas de Paulo responde a tantas questões praticas ou apresenta tão vigorosamente as implicações étnicas colocadas sobe a vida cristã em uma sociedade pagã imoral.

3. Data

Deve – se inferir, de 2 Coríntios 8:10 e 9:2 (em conjunção com 1 Coríntios 16:1) que a 1 Coríntios canônica foi escrita cerca de um ano antes de 2 Coríntios. Sabe – se, de Atos 19:10, que Paulo esteve em Efeso dois anos, pregando na “Escola de Tirano”; mas, o “ficou em Efeso por algum tempo. No discurso de despedida aos anciãos efésios (Atos 20:18 – 35), Paulo afirma que trabalhou entre eles “pelo espaço de três anos” (Atos 20:31). Se Paulo chegou a Efeso em 52 d. C. (conforme anteriormente sugerido), os três anos ali duraram ate 55 d.C. de Atos 20:16, fica – se sabendo que Paulo estava em Corinto antes ter escrito. 2 Coríntios no outono de 55d.C., para dar tempo de passar os três meses em Corinto (Atos 20:3), antes de partir para Jerusalém. A escrita de 1 Coríntios teria sido feita, então, durante o fim do inverno de 54 – 55 d.C. ou inicio da promeira de 55 d.C. (antes do Pentecostes de 1 Coríntios 16:8).

4. Propósito

Ao escrever 1 Coríntio, Paulo tinha dois objetivos básicos: (1) repreender os cristãos Coríntios pelos pecados flagrantes que a igreja estava permitindo (1 – 6); e (2) responder às perguntas a respeito da vida e da doutrina cristãs. A casa de Cloe (1:11) e Estefanas, Fortunato e Acaio (16:17) informaram – no a respeito dos pecados. Em sua visita à cidade, saindo de Efeso, teve informações de primeira Mao a respeito da divisão e das disputas na igreja. Nenhuma carta do Novo Testamento fida com tanta energia co os problemas da igreja local, e talvez nenhuma outra seja mais negligenciada hoje.
Paulo escreveu esta primeira epistola aos Coríntios para responder às duas cartas e dar mais algumas instruções. Ele instruiu sobre a decência nos cultos de adoração (11: 2 – 16), a seriedade da ceia do Senhor (1 Coríntios 11:17 – 34) e o lugar que ocupam os dons espirituais. Embora em Coríntios tivessem muitos dons, por causa de sua imaturidade e orgulho, eles faziam mau uso de suas habilidades. Assim, Paulo lembrou aos Coríntios que os dons vêm de Deus (12:11) e devem unir e edificar a Igreja (1 Coríntio 12:24, 25; 14: 1 -4).

5. Estrutura e Conteúdo

Depois da saudação normal paulina e o dar graças pela igreja em Corinto (1:19), Paulo escreve acerca das divisões na igreja (1:10 – 4:21). Esta informação havia sido da por membros da família de Cloé (1:11).
Paulo demonstra que o “espírito de partidos” dentro da comunidade cristã é incompatível com o espírito de amor (1:12 – 16), não esta de acordo com os princípios básicos do evangelho (1:17 – 3:4), tampouco esta baseado no propósito de Deus de prover ministros para a igreja (3: 5 – 4:21).
O material de 5:1 – 6:20 aparentemente fora mencionado na “carta anterior”, mas havia sido compreendido erroneamente. Isto é em especial verdadeiro quanto à imoralidade gritante (5: 1 – 8). Tal pecado flagrante deveria ter sido tratado e condenado através de ação disciplinar adequada, para prevenir tal propagação de pecado por toda a igreja e a destruição do poder da realidade simplesmente não pode ser tolerada dentro do corpo da igreja (5: 9 – 13), e o litígio entre cristãos perante tribunais pagãos é inconcebível (6:1 – 11). O pecado do orgulho e insistência sobre o direito de alguém é tão imoral para o cristão quanto o é a fornicação (6:12 – 20). O cristão individualmente e os cristãos coletivamente formam um templo para o uso exclusivo do Espírito Santo (6:19, 29).
O capitulo 7 foi escrito em resposta a uma pergunta da igreja (7:1).
Claudio havia estabelecido uma lei uma lei que exigia que as pessoas se casassem todos os solteiros teriam que pagar um imposto. O governo romano estava tentando dominar as condições imorais do Império, e pensou que uma maneira de fazer isto era estabelizar a situação da família. Também os judeus achavam uma desgraça uma mocinha de quinze anos ou um jovem acima de vinte não serem casados. A pergunta da igreja em Coríntio foi: “É certo um cristãos, especialmente um homem) não se casar?” ao responder, Paulo escrever que é certo permanecer solteiro (7:1). Deve – se observar que Paulo não usa o comparativo aqui. Também em 7:6, vê – se que esta é a opinião de Paulo e não uma ordem expressa do Senhor. Devido à prevalência da fornicação por toda parte em Corinto, seria melhor, diz Paulo, pelo testemunho da igreja, que os homens se casassem. Casar ou não casar, contanto, deve ser determinado, procurando – se a vontade de Deus em cada caso (7:7). Em se tratando de casamentos mistos, aqueles em que um dos conjugues se torna um crente depois de ter casado, o peso de dissolver – se o casamento cai sobre o conjugue não – crente (7:8 – 24). É logicamente admitido no Novo Testamento que um cristão jamais deve entrar numa relação tal com um não – crente que possa levar à casa – se com um não cristão. Cada coisa relacionada à luz da vontade de Deus para cada situação (7:25 – 40).
Outra pergunta dirigida a Paulo tinha a ver com comer carne (8:1). Para se entender a resposta de Paulo, é necessário conhecer – se o costume que havia em Corinto acerca de render-se carne normalmente, qualquer pessoa que tinha um animal para vender, primeiramente o levaria a um dos templos pagãos e o levaria a um dos templos pagãos e o levaria a um dos tempos pagãos e o oferecia como um sacrifício ao ídolo pagão. Os trabalhadores ficariam com uma parte e o proprietário, então, pegaria as partes restantes e as venderia no mercado. Freqüentemente os trabalhadores do templo também vendiam o que haviam recebido. O principio geral a seguir é que uns cristãos não deve tomar parte em nenhuma atividade em havia de um deus pagão. Na sua própria casa, a pessoa pode comer, dando graças, qualquer carne comprada nos mercados (10:25,26). Se for feita uma pergunta acerca da origem da carne, é melhor não comer (10:28 – 31). A liberdade que a pessoa tem em Cristo deve ser limitada pelo principio do amor e preocupação pelo desenvolvimento espiritual de seu irmão.
Paulo teve sua atenção chamada para desordens na adoração comum da igreja, e ele escreve sobre o papel das mulheres na adoração publica (11:2 – 16). Esta passagem deve ser lida e entendida a luz da situação histórica de Corinto. Paulo diz que, a fim de evitar qualquer confusão da adoração de Afrodite com a de Jesus Cristo, uma mulher cristã não deveria nem cortar seu cabelo curto nem falar numa assembléia cristã. O principio é que não deveria haver nenhuma confusão da adoração de Deus com a de qualquer deidade pagã, na mente de nenhuma pessoa que visitasse uma adoração cristã publica.
Outra desordem tinha a ver com a maneira pela qual os coríntios celebravam a ceia do Senhor (11:17 – 34). Era costume da igreja primitiva ter um jantar que seria seguido pela ceia do Senhor. Depois da refeição, os membros mais pobres então seriam convidados a participar com os membros ricos da ceia do Senhor. Participar com tais discussões é pecado, porque o corpo de Cristo (Igreja) não é discernido (11:27 – 30). Se não puder ser fornecida comida para todos os presentes, então a “festa de amor” deve ser dispensada e somente a ceia do Senhor celebrada, em demonstração da unidade e unicidade do corpo de Cristo (11:34).
Paulo escreve que os dons de Deus para a igreja, através de membros individuais, são para igreja inteira, e não para a gloria pessoal de algum único membro (12:4 – 30). A adoração publica descera ser feita com decência, com tão pouca confusão quanto possível e com entendimento, a fim de que todos possam glorificar a Deus através do Senhor Jesus Cristo (14: 26 – 40).
A importância e natureza da ressurreição é tratada no capitulo 15. Paulo da ênfase a importância da ressurreição como sendo central na mensagem cristã (15:1 – 12). Fora da ressurreição real de Jesus, não pode haver um lar para o cristão (15:13 – 19). A certeza da mensagem cristã é que exatamente como Jesus ressuscitou do tumulo (15:20 – 28), da mesma forma o corpo do crente será transformado, para ser igual ao do Senhor ressurreto (15:51 – 54). Esta salvação não depende do conhecimento de uma pessoa, mas se apóia na relação da pessoa para com o Senhor Jesus Cristo através de quem se tem a vitoria sobre o pecado, a morte e a sepultura (15:54 – 58).
É oferta menção em 16: 1 – 4 acerca da oferta a ser coletada e mandada para os cristãos pobres de Jerusalém. Após escrever acerca de seus planos pessoas de viagem para visitar Corinto e Macedônia (16:5 – 9), Paulo indica Timóteo para chegar a Crinto após esta carta (16:10 – 13). Paulo então conclui a carta com saudações pessoais, uma advertência final e uma benção (16:14 – 24).

BIBLIOGRAFIAS

HOUSE,E. Arl Radmacher, Ronald B. Allen, H. Wayner. O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento. Editora Central. 2009. Rio de Janeiro.
HALE,Broadios David. Introdução ao estudo do Novo Testamento. Hagnos. 2001. São Paulo.
BIBLIA SAGRADA – Revista Corrigida. CPAD. 1995. Rio de Janeiro.
MORRIS,D. A. Carson, Douglas J. Moo Neon. Vida. 1997. São Paulo.
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico. Central Gospel. 2008. São Paulo.

A EPISTOLA AOS ROMANOS

A epistola aos Romanos serve como a principal nau na esquadra de cartas paulinas do Novo Testamento.
Esta epistola também tem grande importância na historia do cristianismo. Uma quantidade inumerável de homens e mulheres de fé destacaram Romanos como uma arma usada poderosamente por Deus para trazê – los a Cristo. Agostinho, Martinho Lutero, John Wesley e outros receberam de Romanos um disparo de artilharia que rompeu suas defesas e pôs fim à sua rebelião contra Deus.
Romanos revela uma compreensão ampla lógica e madura do Antigo Testamento, formando assim um poderoso arsenal à serviço do cristianismo. No tempo em que foi escrita, o Espírito Santo tinha transformado Paulo em um hábil comunicador da fé. Uma prova disso é a carta do apostolo aos Romanos, um tratado teológico que se encaixa perfeitamente na definição de Paulo da Escritura como proveitosa para ensinar para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça (2 Timoteo 3:16).
A epistola aos Romanos representa a mais completa expressão da teologia apostólica. Os argumentos usados por Paulo desafiam a mente secular e pagã, bem como a religião super – ficial de muitos neo – pagãos. Romanos é um poderoso nivelador, pois declara que todos pecaram e destituído estão da gloria de Deus (Romanos 3:23).
Visto que todos são pecadores, é uma agradável surpresa o fato de que Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores (Romanos 5:8). Essa é a boa – nova que Paulo sistematicamente e tão eloqüentemente defendeu em seu tratado teológico endereçado aos Romanos.

1. Autoria

Pouca duvida há de que Paulo seja o autor da epistola aos Romanos.
Clemente de Roma estava bem familiarizado com esta carta. Ele esta incluída em todas as listas de cartas de Paulo. Somente os seguidores mais liberais da Escola de Tubcingem (seguidores de F.C. Baur) negarem a autoria paulina. Esta carta, juntamente com 1 e 2 Corintos e Gálatas, tem o lugar mais seguro na aceitação dos vinte e sete livros do Novo Testamento. O amanuense desta carta foi Tércio (Romanos 16:22), aparentemente um membro da igreja em Coríntio. Alguns acham que ele era, possivelmente, um escravo de Gaio (a quem Paulo batizou em sua primeira viagem a Coríntios – 1 Coríntios 1:14) que, como anfitrião de Paulo, para a composição desta carta. Isto, contudo, apenas pode ser uma conjectura.

2. Ocasião

Em Atos 19:21, 22 e 20:13 pode – se ver que Paulo deixou Efeso e viajou para Corinto. Ele enviou irmãos de confiança adiante dele, a fim de persuadir as igrejas da Macedônia e de Acaia para coletarem uma oferta “para os pobres dentre os santos” de Jerusalém (Romanos 15:26). Ele planejara ir a Jerusalém com a oferta, e depois, a Roma (Atos 19:21). Sentia que seu ministério no Oriente estava por terminar e pensou em ir à Espanha (Romanos 15:24). Passando através das áreas mencionadas, ele coletou as ofertas e estava se delongando em Corinto por três meses antes de partir para Jerusalém. Em Romanos, Paulo demonstrou o seu grande desejo de visitar Roma e conseguir algum fruto de seu ministério entre os gentios, naquela grande cidade, como o teve em outros países gentios (1; 13).

3. O histórico

Durante uma visita de três meses a Corinto (Atos 20:1 – 3). Paulo escreveu Romanos. Em Romanos 16:23, ele indica que estava com Gaio e Erasto, ambos relacionados com Corinto (1 Corintios 1:14, 2 Timóteo 4:20). É provável que Febe (16:1), que Serveia a Corinto (Atos 18; 18), tenha levado a carta. Originalmente, Áquila e Priscila, amigos de Paulo, eram de Roma (Atos 18:2), e constatamos que voltaram a Roma por meio da saudação a eles registrada em Romanos 16:3.
Como surgiram os grupos de crentes em Roma? Veja que Paulo não dirige a cata “a igreja de Roma”, mas “a todos os amados de Deus, que estais em Roma” (1:7).
Ao ler o capitulo 16, não podemos deixar de notar grupos distintos de crentes, o que sugere que não havia uma congregação local (16:5, 10 – 11,14 – 15). Uma tradição, sem fundamento histórico ou escrituristicos, afirma que Pedro iniciou o ministério em Roma. Embora não se possa provar, alegar – se que Pedro viveu 25 anos em Roma. No entanto, com certeza, haveria uma igreja organizada em Roma, em vez de corpos de crentes espalhados, se Pedro tivesse iniciado o trabalho lá. Paulo sempre saúda os lideres espirituais em suas outras cartas; no entanto, em Romanos 16, ele saúda muitos amigos, mas não Pedro. Com certeza, se o grande apostolo Pedro estivesse ministrando em qualquer lugar de Roma, Paulo o citaria em alguma das epistolas (Efésios, Filipenses, Colossenses, Filemon, 2 Timóteo) que escreveu em sua prisão. Em Romanos 15:20 Paulo afirma que não edificou seu trabalho sobre a fundação erguido por outro homem, e esse é o argumento mais forte contra Pedro ter iniciado o trabalho em Roma.
Paulo estava ansioso em visitar Roma e ministrar aos santos de lá (1:13; 15:22 – 24, 28,29; Atos 19:21; 23:12), mas ele não faria esses planos se outro apostolo já tivesse iniciado o trabalho lá.

4. Propósito

O propósito imediato da epistola aos Romanos era Paul apresentar – se à igreja em Roma, a fim de obter apoio entre os irmãos. Ele queria ir ate eles não como um estranho, ma como alguém com quem pudesse se identificar no ministério dele aos gentios. Ele escreveu – lhes sobre o seu grande desejo de visita – los, para se fortalecerem mutuamente na fé (1:11, 12). Por outro lado, talvez ele tivesse em mente que Roma poderia servir de base para o seu ministério no Ocidente.
Paulo esta para encerar seu trabalho na Ásia (15:19) e iria Jerusalém com a oferta de amor das igrejas da Ásia (15:25, 26). Seu coração sempre ansiou por pregar em Roma, e essa longa carta foi sua forma de prepara os cristãos para sua chegada. Enquanto estava em Corinto (Atos 20:1 – 3), ele também escreveu a carta aos Gálatas, em que respondia aos judaizantes que confundiam as igrejas da Galacia. Talvez, Paulo quisesse advertir e ensinar os cristãos de Roma a fim de impedir que esses judaizantes atrapalhassem seus planos, caso chegassem a Roma antes dele. Em Romanos 3:8, ele mencionas que alguns homens fizeram acusações falsas contra ele. Assim, podemos resumir os motivos para Paulo escrever essa carta da seguinte forma:

(1) Preparar os cristãos para sua visita e explicar – lhes por que não fora antes (1:8 – 15; 15: 25 – 29).

(2) Ensinar – lhes a doutrinas básicas da fé cristã a fim de que falsos mestres não os confundissem.

(3) Ensinar – lhes o relacionamento entre Israel e a igreja para que os judaizantes não os desviassem com suas doutrinas.

(4) Ensina aos cristãos as obrigações que tinham uns com os outros e com o Estado.

(5) Responder a alguma calunia lançada contra ele (3:8).

Paulo também tinha boas razoes para duvida do resultado de sua visita a Jerusalém. Ele tinha que lutar constantemente contra os judaizantes, os judeus cristãos que queiram que todos os gentios cristãos se tornassem prosélitos do judaísmo. Tinha a esperança de que as ofertas, enviadas por igrejas constituídas principalmente de gentios cristãos, viessem trazer a reconciliação com a influente igreja judaica em Jerusalém.
Pelo argumento e estrutura da carta, vê – se claramente que Paulo sabia dos problemas potenciais (se não reais) na igreja. Estes problemas foram encontrados em muitas das igrejas. Paulo sempre teve que lutar para manter um equilíbrio apropriado entre a liberdade cristã e o antinomianismo (Romanos 3:8; 6:1; 7:1 – 12 etc.)
Todas as declarações do propósito estão ligadas, de algum modo, com a situação histórica. Paulo tem que ir a Jerusalém, antes de poder, possivelmente, chegar a Roma e ser enviado a caminho da Espanha. Assim ele escreveu esta carta para preparar os cristãos de Roma para uma visita posterior, esclarecer sua posição em suas metes e lançar o alicerce para uma discussão das áreas problemáticas, quando de sua chegada. Por esta razão, a epistola aos Romanos é ocasional, ou seja, foi escrita para uma ocasião específica, dentro de umas situação histórica.

5. Tema

O tema básico de Paulo é a justiça de Deus. Nesses capítulos, usam – se termos relacionados à justiça, de uma forma ou outra, mais de 40 vezes. Nos capítulos 1 – 3, ele apresenta a necessidade de justiça, em 3 – 8, a provisão de justiça, da parte de Deus, em Cristo, em 9 – 11, com Israel rejeitou a justiça de Deus, e em 12 – 16, como devemos pratica a justiça em nossa vida diária.

6. Estrutura

Os dezessete primeiros versículos de Romanos formam a introdução. Esta é a maneira normal pela qual Paulo inicia sua carta. Há as saudações paulinas (1:1 – 7), seguidas por uma oração de raças, expressando seu interesse nos cristãos romanos (1:8 – 15). Os dois versículos seguintes (1:16,17) apresentam o tema da carta: a justiça de Deus, conforme revelada em suas ações para com o homem pecador. A pergunta a que Paulo responde por toda a carta é como Deus pode ser justo em salvar alguns, enquanto outros são rejeitados. Como pode Deus ser igualmente justo e ainda justificar o pecador através da aceitação do evangelho (3:26)?
Paulo desenvolve seu tema da justiça de Deus através de uma apresentação sistemática das ramificações tanto da necessidade de boa – nova quanto da realidade dela, boa – nova esta que esta em Jesus Cristo (1:16,17). Paulo começa seu argumento insistindo na necessidade universal da justiça de Deus num mundo com uma humanidade pecadores (1:18 – 3:20). O restante do primeiro capitulo traça os tristes resultados do pecado e a retribuição (“ira de Deus”) na degradação da humanidade. Sem escuda, a humanidade mudou o que ela tinha de revelação divina de Deus em mentira (1:25). Os homens estão sem esperança, envidado na teia do peado, da qual eles não podem nem querem desembaraçar – se. Mesmo aqueles que tem uma revelação mais completa, os judeus, não foram capazes de por em pratica o propósito de Deus, e, conseqüentemente, afastavam – se da justiça de Deus e estão num estado pior que os pagãos (2:1 – 3; 20). O pecado é uma enfermidade universal e afeta a todos. “Todos pecaram (tanto judeus, como gentios) e destituídos estão da gloria de Deus” (3:23). A “ira de Deus” é expressa tanto contra o judeu (2:1 – 20) quanto contra o gentio (1:18 – 32).
Neste hiato da condição do homem e a santidade de Deus, Deus interveio para ajudar o pecador com uma justiça que não é “alcançada”, mas “enviada para baixo” (3:21). Deus é capaz de ser justo e ao mesmo tempo ser aquele que torna o pecador justo (3:26), por causa de uma nova posição concedida ao crente que tem fé na obra de Jesus Cristo (3:22 – 25). O pecador é declarado justo, não por causa de algo que tenha feito, mas porque ele se tornou uma nova pessoa em Jesus. Esta novidade de vida resulta do arrependimento e fé na morte e ressurreição de Jesus. Através da aceitação da obra de Jesus pelo pecador, Deus concede – lhe uma nova posição: a justificação (4:24,25).

7. Conteúdo

Romanos é a mais longa e teologicamente mais significativa das cartas de Paulo “o mais puro evangelho” (Lutero). A carta assume a forma de um tratado teológico emoldurado por uma introdução (1:1 – 17) e uma conclusão (15: 14 – 16,27) epistolares.
O evangelho como a justiça de Deus mediante a fé (1:18 – 4:25). A justiça de Deus mediante a fé que é o tema da primeira seção principal da carta. Paulo prepara o caminho para esse tema ao explicar por meio que foi necessário que Deus manifestasse sua justiça e por que os seres humanos podem experimentar essa justiça mediante fé somente. O pecado, diz Paulo, subjugou todas as pessoas, e somente um ato de Deus, experienciado como um dom gratuito mediante a fé, pode romper esse jugo (1:18 – 3:20). Só Deus pode transformar essa situação trágica, e assim ele fez ao tornar disponível mediante o sacrifício de seu Filho, um meio de as pessoas tornarem – se justas, ou inocentes, diante de Deus (3: 21 – 26). Essa justificação, Paulo insiste, pode ser obtida apenas mediante a fé (3: 27 – 31), como esta claramente ilustrado no caso de Abraão (4: 1 – 25).
O evangelho como poder de Deus para salvação (5: 1 – 8,39). Depois de mostrar como seres humanos pecadores podem ser declarados justos diante de Deus mediante a fé, Paulo, na segunda seção principal da carta, desenvolve a importância desse ato tanto para o juízo futuro quanto para a vida terena presente. Ser justificado significa experimentar a “paz com Deus” ou a reconciliação com Deus e especialmente uma firme esperança de justificação no dia do juízo (5:1 – 11). A base dessa esperança é o relacionamento entre o crente com Cristo, o qual, fazendo os efeitos do pecado de Adão, conquistou a vida eterna para todos os que lhe pertencem (5:12 – 21).
O evangelho e Israel (9: 1 – 11, 36). Um tema chave ao longo de Romanos 1 – 8 é a questão da revelação entre lei e evangelho, judeus e gentios, o antigo povo da aliança com Deus e o seu novo povo da aliança.
Esse é o assunto da terceira seção principal da carta. Será que as transferências dos privilégios da aliança de Israel para igreja significa que Deus invalidou as promessas que fez a Israel (9: 1 – 6a)? De forma nenhuma é o que Paulo responde. Primeiramente as promessas de Deus já mais tiveram a intenção de assegurar a salvação de cada israelita por nascimento (9: 6b – 29). Em segundo lugar, o próprio judeu não acolheu a justiça de Deus, porem muito deles inclusive Paulo foram salvos, e as promessas de Deus estão se cumprindo neles. (11:1 – 10).
O evangelho e a transformação da vida (12:1 – 15,13).
A ultima seção principal do tratado teológico de Paulo é dedicado ao resultado pratico da atuação da graça de Deus no evangelho. Numa declaração inicial concisa, Paulo lembra seus leitores que essa graça de Deus deve estimular a entrega sacrifical de si mesmo ao serviço a Deus (12:1,2).
Esse serviço pode assumir varias formas á medida que os múltiplos dons que Deus concedeu a seu povo são exercido (12:3 – 8). Os muitos e detalhados aspectos desse serviço a Deus devem ser permeados pelo amor (12:9 – 21). Paulo adverte que servir a Deus não significa que o cristão pode desatender ás reivindicações legitimas que o governo nos impõe (13: 1 -7). Embora livres da lei, os cristãos não podem tampouco desatender à vigência continua do mandamento que sintetiza a lei amar o próximo como a nós mesmo (13:8 – 10).
BIBLIOGRAFIAS

HOUSE,E. Arl Radmacher, Ronald B. Allen, H. Wayner. O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento. Editora Central. 2009. Rio de Janeiro.
HALE,Broadios David. Introdução ao estudo do Novo Testamento. Hagnos. 2001. São Paulo.
BIBLIA SAGRADA – Revista Corrigida. CPAD. 1995. Rio de Janeiro.
MORRIS,D. A. Carson, Douglas J. Moo Neon. Vida. 1997. São Paulo.
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico. Central Gospel. 2008. São Paulo.