quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Os Pais Pós – Nicenos do Oriente

Os Pais da parte oriental da igreja pertenceram aquilo que deve ser chamado de escolas alexandrina e antiocana de interpretação. Homens como Crisóstomo ou Teodoro da Mopsuétia seguiram a escola antiocana ou Síria de interpretação, enfatizando o estudo histórico – gramatical da Bíblia na intenção de descobrir o significado que e escritor sagrado tinha para aqueles a quem escreveu. Evitaram a tendência alegorizante praticada pelos seguidores da escola alexandrina, ainda grandemente influenciados por Origines.
São três os Pais pós – Nicenos do oriente, mas nesta oportunidade quero destacar um que se chama Eusébio (d. C. 265 – 339) – Historiador da Igreja.
Um dos Pais da igreja mais amplamente estudado é Eusébio de Cesareia (d. C. 265 – 339), por todos os méritos merecedor do titulo de Pai da Historia da Igreja, assim como Heródoto mereceu o titulo de Pai da Historia. Depois de uma boa instrução por parte de Panfilo em Cesaréia, ele ajudou o amigo a organizar sua biblioteca nesta cidade Eusébio era estudante atencioso e lia tudo o que pudesse ajudar em suas pesquisas. Ele se serviu tanto da literatura profana quanto da sacra. Muito da literatura de então, que de vou por causa dos excetos que citou em suas obras.
A personalidade de Eusébio assentava – se bem para seus alvos de erudição. Tinha um espírito refinado e cordão e detestava as querelas suscitadas pela heresia ariana.
Tomou um lugar de honra a direita de Constantino no Concílio de Nicéia e, como ele preferiu uma solução de compromisso entre os partidos de Atanásio e Ário. Foi o credo de Cesaréia, escrito por Eusébio de Cesareia, que o concilio de Nicéia modificou e aceitou.
Sua maior obra é a Historia Eclesiástica, um panorama da historia da igreja dos tempos apostólicos ate 324. seu propósito era fazer um relato das dificuldades passadas da igreja ao fim deste longo período de luta e começo de uma era de prosperidade. A obra é ainda hoje útil porque Eusébio teve acesso à excelente biblioteca de Cesaréia e aos arquivos imperiais. Ele fez um grande esforço para ser honesto e objetivo no uso que fez das fontes primarias melhores e mais segura a sua disposição.
Na critica que fez a muitos documentos, Eusébio de certo modo antecipou o estudo cientifico acurado próprio do historiador moderno na avaliação de suas fontes de informação. Não surpreende que Eusébio seja nossa melhor fonte sobre a historia da igreja nos três primeiros séculos de sua existência, embora os eruditos lastimem que não tenha feito notas de rodapé mais preciosas sobre suas fontes de informação, a exemplo do que faz o historiador contemporâneo. Algumas vezes, também sua obra torna – se apenas uma coleção de fatos e extratos sem nenhuma relação de causa e efeito. Apesar destes defeitos, de suas monótonas divagações e de seu estilo inconstante, a obra tem sido de inestimável valor para a igreja através dos séculos.
Eusébio escreveu a Crônica, uma historia universal desde o tempo de Abraão até 323 que deu a historia medieval o quadro cronológico usado por muitos. Sua vida de Constantino, escrita como apêndice à sua Historia, apesar de algo laudatória, é uma excelente fonte de informação sobre os efeitos de Constantino.
A obra histórica de Eusébio foi continuada por dois sucessores que nem sempre estiverem à altura do elevado padrão de confiabilidade iniciado por ele. Deve – se dizer, entretanto, que estes leigos, Sócrates (d. C. 380 – 450) e Sozômenio (século V), ambos educados para a pratica do direito, mostraram – se tolerantes mesmo para com aqueles que eram seus adversários. A obra de Sócrates continua a historia de Constantino ate 439, numa tentativa de completar a tarefa começada por Eusébio, estes homens são as principais autoridades eclesiásticas para a historia da igreja antiga.

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